Parlamentares franceses chegam a acordo às vésperas de voto decisivo sobre reforma da aposentadoria
As negociações do projeto de reforma da Previdência avançaram nesta quarta-feira (15), com a aprovação na Comissão Conjunta Mista (CMP) de senadores e deputados da medida mais polêmica do documento, às vésperas do voto decisivo dos senadores e dos deputados. Enquanto isso, as manifestações tiveram menos adesão nas ruas das principais cidades francesas, mas algumas categorias continuam mobilizadas.
O ponto mais sensível do projeto sobre o aumento da idade da aposentadoria de 62 para 64 anos foi validado, sem surpresas, na CMP. Os sete deputados e sete senadores adotaram o famoso artigo 7º.
“Através deste compromisso, eles respondem ao pedido dos franceses para construir soluções conjuntas para o país”, afirmou no Twitter a primeira-ministra francesa Elisabeth Borne.
Cerca de 1,7 milhão de manifestantes desfilaram na França nesta quarta-feira contra a reforma previdenciária, segundo os sindicatos, e 480 mil, de acordo com o ministério do Interior, pelo oitavo dia de ação contra a reforma da Previdência.
Um número maior do que no sétimo dia, sábado (12), em que pouco mais de um milhão de pessoas marcharam, segundo os sindicatos, mas menos do que em 7 de março, quando mais de três milhões foram às ruas.
A mobilização continua nas refinarias, no serviço de limpeza urbana e entre os controladores de tráfego aéreo, que permanecem em greve.
"Acordo amarrado"
Na Assembleia, a líder dos deputados do partido de esquerda radical, A França Insubmissa, Mathilde Panot, denunciou "um acordo que já estava amarrado" e "um clima absurdo, como se não houvesse movimento social".
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