PCDs, mulheres, LGBT+ e pessoas negras: pesquisa revela aumento na oferta de emprego que miram diversidade

Uma pesquisa do portal Vagas.com mostra que as empresas tĂȘm ampliado o nĂșmero de oportunidades com foco em diversidade. O levantamento da plataforma mostrou que o nĂșmero de anĂșncios de oferta de emprego com foco em mulheres, pessoas com deficiĂȘncia, LGBT+ e pessoas negras cresceu 56,35% no ano passado, subindo de 11.171 em 2020 para 19.825 no ano passado.

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E a tendĂȘncia Ă© que a alta se mantenha, segundo o levantamento: de janeiro a maio foram 9.234 anĂșncios de vagas direcionados Ă  diversidade, 11,6% a mais que os 8.275 nos primeiros cinco meses do ano passado.

“Criar e reforçar equipes mais diversas Ă© sinĂŽnimo de decisĂ”es e resultados melhores, inovação e ganho de produtividade. Assim como a sociedade se move para a inclusĂŁo, as empresas tambĂ©m precisam atualizar os processos seletivos da força de trabalho e as polĂ­ticas internas para que o ambiente profissional gere senso de pertencimento”, defende Renan Batistela, especialista em Diversidade e InclusĂŁo do site.

Mas ainda falta um bom caminho a ser percorrido. Uma das saídas para mais representatividade e menos desigualdade dentro das empresas são os processos seletivos direcionados para um grupo específico. É o que defende Lucia Madeira, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio (ABRH-RJ):

Viu?

– Para negros Ă© um bom exemplo. JĂĄ sabemos que pessoas negras sĂŁo maioria da população e jĂĄ muito bem representados nas universidades, entĂŁo vocĂȘ pode fazer um processo seletivo direcionado. HĂĄ um respaldo legal do MinistĂ©rio PĂșblico do Trabalho e tambĂ©m outras legislaçÔes. Enquanto a empresa nĂŁo corrige essa falta de representatividade, a abertura de vagas afirmativas para as populaçÔes que se deseja atrair pode ser um caminho. Estamos evoluindo muito nisso. Muitas empresas tĂȘm feito processos de estĂĄgio direcionados e que tĂŁo trazendo bons resultados – afirma.

Segundo Madeira, além de desejar mais diversidade em seus quadros, as companhias precisam fazer um diagnóstico dos trabalhadores, observando em pesquisa interna, por exemplo, qual o perfil dos funcionårios e comparå-los com os dados populacionais do IBGE. A partir daí, as metas devem ser traçadas.

Além disso, ela observa que os processos seletivos tradicionais precisam ser revistos em alguns casos, eliminando as chamadas "barreiras invisíveis" que muitas vezes brecam a contratação de candidatos negros, mais pobres e/ou moradores de åreas menos privilegiadas.

Listamos:

– É preciso entender se nĂŁo existem barreiras invisĂ­veis no processo seletivo. Às vezes a empresa diz que nĂŁo consegue encontrar um candidato, mas Ă© que lĂĄ no começo hĂĄ uma sĂ©rie de requisitos que quem faz parte desse pĂșblico nĂŁo consegue atravessar. É preciso desconstruir essas barreiras, como eliminar exigĂȘncia de idiomas, marcação de endereço, nĂŁo condicionar a vaga a uma ou outra. HĂĄ vĂĄrias formas de começar a destravar esse acesso - diz.

E acrescenta:

– Outro ponto Ă© a seleção e entrevista, que Ă s vezes sĂŁo um constrangimento, colocando na pessoas que tiveram uma vida muito economicamente favorecida e na mesma dinĂąmica uma pessoa que mora numa comunidade e uma vida muito mais sacrificada, e que sente que nĂŁo combina com aquele grupo e acaba nĂŁo mostrando todo seu potencial. É preciso pensar no tipo de processo seletivo que vocĂȘ constrĂłi.

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