Pequenos municípios de São Paulo podem sofrer com falta de oxigênio, alerta secretário
Aumento acelerado dos casos pode causar problema logístico na distribuição do insumo no estado
Possível problema pode afetar principalmente municípios com até 10 mil habitantes
Segundo secretário, gabinete de crise atua para evitar colapso na assistência aos paulistas
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, alertou nesta quinta-feira para a possibilidade de que pequenos municípios do estado de São Paulo fiquem sem oxigênio para atendimento de pacientes com Covid-19. Segundo ele, com o aumento acelerado de novos casos, o estado pode enfrentar um problema logístico na distribuição de cilindros de oxigênio.
O problema, afirmou, pode afetar principalmente municípios de pequeno porte, com até 10 mil habitantes. Essas cidades possuem pequenas unidades de atendimento e não têm tanques para fornecimento e armazenamento de oxigênio.
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— O que precisamos fazer nesses municípios. Precisamos distribuir cilindros de oxigênio. Alguns desses municípios estão muito distantes de alguns centros, 200, 300 km. À medida em que eu tiver uma solicitação muito grande, um caminhão vai, deixa cilindros, mas quando ele volta o cilindro já acabou e ele precisa voltar novamente. O problema é logístico — afirmou.
Segundo Gorinchteyn, toda a rede estadual tem um fornecimento garantido pelos seis grandes distribuidores de oxigênio, mas o gabinete de crise na Secretaria de Saúde já criou estruturas para evitar um colapso na assistência da população.
— Estamos atentos e vamos acolher nas nossas unidades, mas os secretários municipais, localmente, tem que estar se antecipando a esse problema. Não podemos assistir o que foi visto em Manaus — disse o secretário.
Falta de respiradores também pode ser problema
Em entrevista concedida ao lado do prefeito Bruno Covas, Gorinchteyn destacou que os problemas não estão restritos ao oxigênio, mas também a equipamentos, como respiradores.
— Se continuarmos tendo uma velocidade de instalação de casos, nós vamos estourar o limite. 63 municípios do estado, quase 10% de todos as cidades de São Paulo, já atingiram seu limite. Precisamos que a população nos ajude a ajudá-la — afirmou Jean Gorinctheyn.
Na mesma entrevista, após a morte do primeiro paciente que não conseguiu atendimento de UTI na cidade de São Paulo, o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, anunciou a criação de um feriado prolongado que irá durar do próximo dia 26 até o dia 4 de abril. Segundo a Prefeitura, no momento, há 475 pessoas aguardando uma vaga de UTI na cidade.
A medida será realizada com a antecipação de cinco feriados: dois deste ano (Corpus Christi e Dia da Consciência Negra) e três do ano que vem(o aniversário da cidade, Corpus Christi e o Dia da Consciência Negra). No ano passado, a Prefeitura já adotou medida similar para conter o avanço do coronavírus. Nos últimos dias, a cidade ultrapassou 90% de ocupação dos leitos de UTI.