Petróleo? Gás? Que nada: semicondutor é o item mais comercializado no mundo

Semicondutores lideram entre os itens mais comercializados do mundo desde 2015
Semicondutores lideram entre os itens mais comercializados do mundo desde 2015
  • Relatório da Deutsche Bank apontou a importância do componente eletrônico para economia mundial;

  • Semicondutor troca de mãos diversas vezes antes de chegar a um produto final;

  • Produto responde sozinho por 15% de todo comércio mundial.

Um novo estudo do Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha e um dos maiores do mundo, revelou que os semicondutores são o produto mais comercializado do mundo, atrás até mesmo de petróleo e gás natural, necessários para manter a civilização funcionando, desde combustíveis a até geração de energia.

Em seu estudo, a instituição financeira criou um novo índice, chamado de TCC ou Índice de Complexidade de Cadeia Comercial, que leva em conta não só as compras e vendas, mas também a movimentação geral do produto. Para o caso dos semicondutores, em 2020 o comércio geral de semicondutores atingiu a marca dos US$ 2,6 trilhões (R$ 13,9 trilhões), enquanto as vendas ficaram em US$ 437 bilhões (R$ 2,3 trilhões).

Isso quer dizer, segundo o relatório do banco alemão, que os semicondutores trocam de mãos diversas vezes antes de acabarem em um produto final. Por exemplo, que os chips podem ser produzidos em um país, como Taiwan, montados, testados e embalados em outros países asiáticos, e em seguida enviados para uma linha de montagem europeia para ser integrado a um carro como produto final.

Por essa métrica, desde 2015 os semicondutores estão na liderança na lista de produtos mais comercializados no mundo, respondendo por 15% de todo comércio mundial. Os semicondutores são utilizados nos mais diversos itens em nosso dia-a-dia, como geladeiras, carros, celulares e muitos outros eletrônicos.

A descoberta joga uma nova luz na importância do desenvolvimento de uma indústria competitiva de semicondutores no Brasil. Até recentemente a CEITEC era a única fabricante de semicondutores no Brasil e na América Latina, porém a estatal está em processo de fechamento pelo governo Bolsonaro, que quer terceirizar a produção para empresas estrangeiras ao invés de perseguir uma tecnologia própria.

A revelação também torna ainda mais potente o embargo dos Estados Unidos à exportação de tecnologia para empresas chinesas que estão tentando fabricar seus próprios semicondutores de alto nível, temendo que a nação asiática supere os esforços americanos nas áreas de tecnologias avançadas, como computação quântica, inteligência artificial e militar.