PF investiga envolvimento de servidor da Codevasf em suposto esquema de desvios de recursos
Ao deflagrar operação sobre desvios de recursos na Codevasf, a Polícia Federal buscou investigar o envolvimento de pelo menos um servidor do órgão com o suposto esquema. A informação foi apresentada à Justiça Federal para fundamentar a realização de busca e apreensão na superintendência da Codevasf no Maranhão, realizada na quarta-feira. Na ação, foi apreendido mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo.
"A autoridade policial suspeita que haja um servidor da Superintendência da Codevasf ainda desconhecido que possui envolvimento direto nas fraudes perpetradas", diz trecho da decisão da Justiça Federal do Maranhão que autorizou a ação.
A PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e a prisão temporária do empresário Eduardo Costa, conhecido pela alcunha de Imperador, apontado como sócio oculto da empresa Construservice e suposto líder do esquema criminoso.
Um dos elementos da investigação que indicam a suposta participação de funcionários da Codevasf é o fato de Eduardo Costa ter trânsito no órgão e ter mantido reuniões com seus servidores, mesmo sem aparecer como sócio formal da empreiteira.
Para o juiz Luiz Régis Bomfim Filho, da 1ª Vara Federal Criminal do Maranhão, o conjunto de provas produzido até o momento "permite constatar indícios razoáveis de realização de atos tendentes a fraudar licitações e promover irregularidades contratuais bem como ocultar e/ou dissimular proveitos alegados delitivos, em eventual associação dita criminosa operacionalizada supostamente por empresa de 'fachada' e por 'laranjas'".
O juiz também autorizou a quebra do sigilo bancário dos alvos da investigação, mas foi contra o bloqueio de bens por avaliar que o inquérito ainda está em fase inicial.