Planalto decreta sigilo de encontros de Bolsonaro com pastores lobistas no MEC
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- Jair BolsonaroCapitão reformado, político e 38º presidente do Brasil
Resumo da notícia
Palácio do Planalto colocou sigilo sobre as reuniões de Jair Bolsonaro com pastores lobistas
GSI alegou que divulgação de datas dos encontros poderia por Bolsonaro e a família em risco
Na agenda oficial de Bolsonaro, constam três encontros com Gilmar Santos, Arilton Moura e Milton Ribeiro
O Palácio do Planalto decretou sigilo dos encontros entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e pastores lobistas, como Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois são suspeitos de terem pedido ao presidente liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras com as quais estavam comprometidos politicamente.
A informação sobre o sigilo foi revelada pelo jornal O Globo. O veículo fez um pedido sobre os registros de entradas e saídas de Santos e Moura do Planalto, via Lei de Acesso à Informação. Nem todos os encontros feitos pelo presidente são registrados na agenda e, por isso, o jornal tentou a informação dos registros das passagens dos pastores pelo Planalto e pela sala do presidente.
Em resposta ao jornal O Globo, o Gabinete de Segurança Institucional, do general Augusto Heleno, afirmou que o pedido não poderia ser atendido. A justificativa é que a informação poderia colocar a vida de Jair Bolsonaro e de familiares dele em risco.
Na agenda oficial de Bolsonaro, constam três encontros entre os pastores Gilmar Santos, Arilton Moura, o presidente da República e o ex-ministro Milton Ribeiro. Mesmo assim, o GSI não autorizou a divulgação das datas em que os pastores foram ao Palácio do Planalto.
Os pastores são investigados pela Polícia Federal, suspeito de intermediarem a liberação de recursos do MEC para prefeituras. Eles foram convidados pelo Senado para esclarecerem as acusações, mas se recusaram e não foram à casa legislativa.
AGU pede arquivamento de investigação contra Bolsonaro
A Advocacia-Geral da União quer que o Tribunal Superior Eleitoral arquive o pedido para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, sejam investigados pela suspeita de favorecer pastores evangélicos no repasse de verbas da pasta. A informação foi revelada pela TV Globo.
A AGU argumenta que o presidente foi mencionado “indevidamente” durante a crise e que não há elementos para justificar a abertura de uma apuração contra Bolsonaro.
O pedido para que fosse feita uma investigação partiu do PT. A legenda justifica que as revelações sobre o suposto esquema no Ministério da Educação indicam abuso de poder político e econômico – os crimes, se confirmados, podem levar à inelegibilidade.
Relembre o caso
O ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou em uma gravação que o governo dá prioridade a pedidos de verba negociados por dois pastores que não tem cargos oficiais, mas atuam de forma informal dentro do Ministério da Educação (MEC), atendendo a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo, com uma gravação de áudio de Ribeiro.
A gravação contém parte de uma conversa entre Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, próximos ao presidente desde o primeiro ano do mandato. Os dois têm negociado com prefeituras ao redor do Brasil a liberação de recursos federais para a construção de creches e escolas, ampliação de infraestrutura e compra de equipamentos tecnológicos.
Na reunião, o ministro falava sobre o orçamento da pasta e os valores que são geridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
"A minha prioridade é atender primeiros os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos que são amigos do Pastor Gilmar. Não tem nada com o Arilton, e tudo com o Gilmar. Por que ele? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar", afirma Ribeiro no áudio.
Em contrapartida da liberação da verba, o ministro pede apoio em determinadas áreas, como a construção das igrejas.