"Planificação ecológica" anunciada por Macron é oportunidade inédita, mas suscita ceticismo
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- Emmanuel MacronPolítico, funcionário público e banqueiro francês, 25.º Presidente da França
Cobrado pelas propostas ambientais fracas para o seu segundo mandato, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou já no discurso de vitória, no domingo (24), que quer transformar a França em uma “nação ecológica”. Mas depois de muitas promessas e poucos atos, especialistas demonstram ceticismo.
Lúcia Müzell, da RFI
No plano político, o país sai desta eleição fraturado, inclusive sobre a importância da ecologia. Operários e agricultores, que votaram em massa na candidata da extrema direita Marine Le Pen, têm dificuldade em aceitar os sacrifícios que a transição ecológica exige e não se sentem representados por Macron. Dessa ruptura, decorre um primeiro grande desafio: convencer o conjunto da população sobre a importância do problema.
"Acho que, intelectualmente, Macron percebeu o fenômeno da crise climática. Mas eu penso que também continua preso à sua socialização política: é um político que foi criado sob o imaginário do máximo de crescimento, do pleno emprego, do poder aquisitivo etc. É alguém persuadido dos benefícios da economia liberal de mercado e tem dificuldades de conciliar os transtornos da ecologia com a ideia de que é preciso limitar, de fato, o desenvolvimento no modelo neoliberal para poder responder aos desafios ambientais”, observa Bruno Villalba, pesquisador da AgroParisTech e autor de “A Ecologia Política na França”.
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