Polícia da Moldávia detém grupo pró-russo em dia de novos protestos antigoverno
A polícia da Moldávia anunciou a detenção de um grupo alegadamente orquestrado pela Rússia para desestabilizar a Moldávia durante os recorrentes protestos antigoverno que têm vindo a ser promovidos no país.
A capital, Chisinau, voltou este domingo a ser palco de uma manifestação contra o atual governo pró-europeu liderado desde há menos de um mês por Dorin Recean, mas também contra a presidente Maia Sandu, que se tem mostrado muito próxima da União Europeia e dado mostras de alguma aproximação às posições da NATO.
Os protestos, organizados pelo partido Sor, do oligarca pró-russo Ilan Sor, têm sido recorrentes e centram-se no constante aumento do custo de vida, sofrido sobretudo ao longo do último ano na fatura da energia, neste inverno bem mais pesada devido à guerra na vizinha Ucrânia.
Os manifestantes exigem que o governo pague a o agravamento sofrido nas faturas da energia e que não tome partido na guerra em curso na Ucrânia, país com quem a Moldávia faz fronteira, através inclusive da região separatista da Transnístria, que é controlada pelo Kremlin.
A Moldávia tem inscrito na respetiva constituição uma cláusula de neutralidade que a impede pela lei de aderir à NATO, mas a invasão russa da Ucrânia, tal como fez com as também tradicionalmente neutras Finlândia e Suécia, começa a mudar as mentalidades moldavas mais pró-europeias, o que pareceu instigar uma certa insurgência pró-russa.
Os Estados Unidos têm vindo a denunciar a interferência russa na vida política Moldava e o grupo agora detido pela autoridades locais parece dar razão a Washington.
De acordo com a polícia moldava, o grupo integra cidadãos russos contratados por 10 mil dólares para provocar a desordem na Moldávia durante as manifestações recorrentes, num país com graves dificuldades económicas e vítima colateral de um conflito militar num país vizinho.
À margem deste grupo, a polícia moldava disse ainda ter detido mais de 50 pessoas durante a manifestação deste domingo. Alguns por porte de armas brancas.