Polícia investiga grupo de bate-bolas que exibia rosto de Hitler em fantasia durante carnaval no Rio

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) iniciou uma investigação para apurar o crime de divulgação do nazismo, após um grupo de bate-bolas com a fantasia em que estampava o rosto de Adolf Hitler desfilar nas ruas do subúrbio carioca durante o carnaval. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais e geraram críticas e acusações de apologia do nazismo.

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A Polícia Civil afirmou ainda que foi expedido um ofício para a Secretaria Municipal de Cultura para identificar os responsáveis pelo bloco. No ano passado, a pasta mapeou cerca de 16 mil pessoas envolvidas com o tradicional movimento das fantasias de 'Clóvis', como também são chamados, nas zonas Norte e Oeste da cidade. Dentre os 400 grupos cadastrados pela secretaria, o número de componentes de cada um varia de 15 a 200.

Em nota, a Secretaria de Cultura informa que "realizou o mapeamento de alguns dos grupos de bate-bola na cidade, mas não tem ingerência alguma sobre as escolhas dos mesmos, isso inclui as fantasias".

O grupo "Virtual de Madureira", que costuma sair da favela Congonha, em Madureira, até as imediações da estação de trem do bairro, manifestou-se através do Twitter. Em um comunicado, eles pedem desculpas à população e afirmam que a imagem do ditador alemão nas fantasias não visava a exaltá-lo.

Vestidos de macacão, bolero, máscara, luvas, meiões, sobrinhas e batendo bolas ao chão, os grupos passam o ano confeccionando as fantasias e se preparam para as saídas e competições no carnaval.

Em 2012, os bate-bolas foram declarados Patrimônio Cultural Carioca de Natureza Imaterial pela Prefeitura do Rio. O decreto n°35134 ressalta a importância dos grupos como personagens do carnaval e ainda a capacidade popular de produzir uma manifestação tradicional como forma de resistência à massificação da folia.