Popularidade da Mangueira acorda a Sapucaí com samba bom de cantar

Com um dos sambas mais populares da atual safra, a Mangueira conseguiu animar o público do Sambódromo no fechamento da primeira noite de desfiles na Sapucaí. Provando a popularidade da verde e rosa, as arquibancadas e frisas estavam lotadas no final do desfile, por volta das 6h.

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A escola levantou a Avenida do começo ao fim com o cortejo afro do enredo "Áfricas que a Bahia canta". A comissão de frente trazia uma saudação dos orixás e um elemento cenográfico em formato de uma árvore, no alto do abre-alas, de onde saiam os componentes.

A coreografa Claudia Motta, estreante na escola, disse que pretendia mostrar algumas novidades, sem fugir a tradição das comissões de frente.

— Estamos precisando voltar às raízes — disse.

A cantora Alcione veio num tripé. A rainha de bateria Evelyn Bastos veio de Oxum, numa fantasia dourada, à frente dos ritmistas.

Um dos carros mais bonitos representava a embaixada africana e trazia a filósofa e escritora Djamila Ribeiro como destaque. Chamava atenção as esculturas de animais, articuladas.

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A cantora Rosemary veio de índia comancheira à frente da ala do Ilê Aye . Outra ala representava o Olodum. Ambos são blocos tradicionais da Bahia, entre outros representados no desfile. Os blocos afros foram representados no quarto carro.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes veio de destaque no alto do último carro, que representava os axés. A alegoria atravessou a avenida com o dia já clareando.

Conheça o samba

“As Áfricas que a Bahia canta"

Autores: Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim

Oyá, oyá, oyá eô!

Ê, matamba, dona da minha nação

Filha do amanhecer, carregada no dendê

Sou eu a flecha da evolução

Sou eu, Mangueira, a flecha da evolução

Levo a cor, meu ilu é o tambor

Que tremeu Salvador, Bahia

Áfricas que recriei

Resistir é lei, arte é rebeldia

Coroada pelos cucumbis

Do quilombo às embaixadas

Com ganzás e xequerês, fundei o meu país

Pelo som dos atabaques canta meu país

Traz o padê de Exu

Pra mamãe Oxum tocar o ijexá

Rua dos afoxés

Voz dos candomblés, xirê de orixá

Deusa do ilê aiye, do gueto

Meu cabelo black, negão, coroa de preto

Não foi em vão a luta de Catendê

Sonho badauê, revolução didá

Candace de Olodum, sou debalê de Ogum

Filhos de Gandhi, paz de Oxalá

Quando a alegria invade o Pelô

É carnaval, na pele o swing da cor

O meu timbau é força e poder

Por cada mulher de arerê

Liberta o batuque do canjerê

Eparrey oya! Eparrey mainha!

Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha

O samba foi morar onde o Rio é mais baiano

O samba foi morar onde o Rio é mais baiano

Reina a ginga de iaiá na ladeira

No ilê de Tia Fé, axé Mangueira!

Ficha técnica

Fundação: 28 de abril de 1928

Cores: verde e rosa

Presidentes de Honra: Hélio Turco

Presidente: Guanayra Firmino

Carnavalescos: Gui Estevão e Annik Salmon

Diretor de Carnaval: Amauri Wanzeler

Mestres de Bateria: Taranta Neto e Rodrigo Explosão

Rainha de Bateria: Evelyn Bastos

Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Matheus Olivério e Cintya Santos

Comissão de Frente: Cláudia Mota