Presidente do Peru pede 'calma e paz' nos protestos em Lima

A presidente do Peru, Dina Boluarte, pediu nesta terça-feira (17) às centenas de manifestantes de diversas regiÔes do país que se dirigem a Lima para protestar contra o seu governo que o façam com calma e paz.

"Sabemos que querem tomar Lima nos dias 18 e 19, por tudo o que estĂĄ saindo nas redes. Eu lhes chamo para vir a Lima, sim, mas em paz e em calma. Espero vocĂȘs na casa de governo para poder dialogar sobre as agendas sociais", disse Dina, que considera a agenda polĂ­tica proposta pelos manifestantes "inviĂĄvel a partir do Executivo”.

A plataforma de reivindicaçÔes dos manifestantes Ă© essencialmente polĂ­tica: renĂșncia da presidente, eleiçÔes imediatas e Assembleia Constituinte. O governo jĂĄ rejeitou todas essas demandas.

Os primeiros a chegar a Lima foram camponeses da cidade de Andahuaylas, que viajaram em caminhÔes e carros nesta madrugada e se concentravam na praça Manco Cåpac.

Em Cusco, dezenas de camponeses em Înibus e caminhÔes partiram na noite de ontem para a capital, localizada a 1.100 km. Movimentos similares foram registrados na região de Puno.

Os bloqueios de rodovias continuavam pautando o ritmo dos protestos. Nesta terça-feira, amanheceram interditados por piquetes 94 trechos de rodovias em oito das 25 regiĂ”es, trĂȘs regiĂ”es a menos do que no Ășltimo fim de semana. Forças de ordem liberaram nesta madrugada um trecho da rodovia Pan-Americana Norte, que liga a capital a essas regiĂ”es.

Em Arequipa, moradores bloqueavam com pedras e troncos a Pan-Americana Sul, que chega a Tacna, na fronteira com o Chile. Segundo o diretor do Conselho Nacional do Transporte Terrestre, MartĂ­n Ojeda, com esses novos bloqueios, 80% da frota de ĂŽnibus se encontrava paralisada.

"É preciso chamar Ă  reflexĂŁo esses senhores, que, por motivos justos, saem e protestam pacificamente, em grande maioria. Contudo, bloquear rodovias, nĂŁo permitir a entrada de caminhĂ”es que levam gĂĄs e combustĂ­vel jĂĄ deixa de ser um protesto pacĂ­fico", opinou a presidente peruana.

Os protestos jĂĄ deixaram 42 mortos em cinco semanas, segundo a Defensoria do Povo.

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