Preso em Fernando de Noronha era envolvido em roubos de cargas de drogas para revenda na Zona Sul do Rio
AlĂ©m de ser apontado pela polĂcia como o maior traficante de drogas sintĂ©ticas do Rio, Pedro Vasconcellos do Amaral SodrĂ© de Mello, preso em Fernando de Noronha neste sĂĄbado (7), era um "boteiro". O termo Ă© usado para classificar criminosos especializados em roubar cargas de entorpecentes de alto padrĂŁo.
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Em dezembro de 2020, um amigo de RebordĂŁo â como Pedro Ă© conhecido â acabou morto por traficantes que acharam que ele estaria envolvido no roubo de uma carga de droga. O estudante de farmĂĄcia Marcos WinĂcius TomĂ© Coelho, de 20 anos, foi sequestrado na Urca e executado com quatro tiros. Seu corpo foi achado quatro dias depois, em Nova Iguaçu. Segundo investigação da PolĂcia Civil Ă Ă©poca, os assassinos pensaram que ele integrava o bando que havia dado um "bote" durante uma entrega de maconha em Copacabana avaliada em R$ 80 mil.
Ao GLOBO, naquela ocasiĂŁo, o delegado Uriel AlcĂąntara, titular da Delegacia de HomicĂdios da Baixada Fluminense, explicou as circunstĂąncias da morte de Marcos:
â Existe um grupo, da qual a vĂtima nĂŁo fazia parte, mas mantinha um relacionamento. Eles combinavam uma negociação de drogas. Marcavam e roubavam a droga (na hora da entrega) em vez de comprar. A vĂtima nĂŁo faz parte dos boteiros, mas participou da negociação (a encomenda da droga) junto com uma pessoa do relacionamento dela, que faz parte desse grupo. Quando foram receber a carga, a vĂtima nĂŁo estava, e eles roubaram a droga do traficante. Essa foi a motivação (do crime). Quem tomou prejuĂzo tinha certeza que a vĂtima tinha participado desse bote â disse o delegado.
Antes de ser preso em Fernando de Noronha, RebordĂŁo estava foragido. Contra ele, havia um mandado de prisĂŁo expedido pelo crime de extorsĂŁo. Ele teria extorquido um entregador de drogas no valor de R$ 15 mil. A vĂtima fez com que sua mĂŁe depositasse na conta da avĂł de RebordĂŁo a quantia de R$ 4.800,00. O pai da vĂtima tambĂ©m passou a ser extorquido pelo traficante, que lhe cobrava a quantia de R$ 10 mil. A vĂtima e sua famĂlia tiveram de mudar de estado.
Pelas redes sociais, Pedro ostentava uma vida de luxo, frequentando festas da alta sociedade. No momento de sua prisĂŁo, ele estava numa pousada onde estĂĄ sendo realizado o evento Noronha Weekend. Com ele, foi encontrado um documento de identidade com sua foto em nome de outra pessoa. Ele possui vasta ficha criminal, com 24 anotaçÔes, tendo passagens desde quando era menor de idade. Em 2018, foi preso, acusado de uma tentativa de homicĂdio e porte de arma contra uma equipe da 41ÂȘ DP (Tanque).