Procurador da Colômbia suspende mandados para dissidentes das Farc em sinalização para negociações

Apreensão de armas, explosivos e munições que autoridades dizem pertencer a dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)

BOGOTÁ (Reuters) - O procurador-geral da Colômbia suspendeu nesta segunda-feira mandados de prisão contra 19 membros de um grupo de ex-rebeldes que rejeitam um acordo de paz de 2016, um passo em direção a novas negociações prometidas pelo presidente Gustavo Petro.

O grupo armado Estado Mayor Central foi fundado por ex-rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que não aderiram à desmobilização e à conversão da guerrilha em um partido político legal.

Petro prometeu acabar com o conflito de 60 anos na Colômbia --que já matou pelo menos 450.000 pessoas-- fechando acordos de paz ou rendição com os rebeldes remanescentes e gangues criminosas e implementando totalmente o acordo das Farc.

"O procurador-geral da nação, após ponderar os argumentos apresentados pelo presidente Petro e de acordo com seus deveres legais e constitucionais, decidiu suspender os mandados de prisão existentes e futuros contra 19 pessoas", disse o gabinete do procurador-geral em comunicado.

Nenhum dos 19 tem mandados de extradição, disse a promotoria.

A suspensão permitirá discussões entre os dissidentes e autoridades do governo, disse Petro no Twitter --um primeiro passo para iniciar negociações formais.

"Um segundo processo de paz está começando", tuitou Petro, acrescentando que as discussões seriam estabelecidas entre o governo e o grupo.

(Reportagem de Julia Symmes Cobb)