Progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis será tema de conferência da ONU em setembro

Lançada como um dos resultados práticos da Rio+20, a conferência do clima das Nações Unidas realizada em 2012 que marcou os 20 anos da Rio92, a Agenda 2030 propõe um plano de ação para que a humanidade avance na resolução das principais questões sociais e ambientais da atualidade. Ela é composta pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em áreas como erradicação da fome e da pobreza, mudanças climáticas, água, biodiversidade, saúde e direitos humanos, que se desdobram em 169 metas que podem ser aplicadas por empresas, governos, organizações e cidadãos.

Os objetivos: São 17 pontos que devem ser alcançados até 2030

Rachel Maia: Esforço conjunto

A estratégia começou a valer a partir de 2015, em substituição às Metas do Milênio, que estiveram em vigor entre 2000 e 2015, e eram mais focadas em questões sociais.

Este ano, a ONU fará a Cúpula dos ODS, em setembro, evento paralelo à Assembleia Geral, que marcará o meio do caminho da Agenda 2030, com o objetivo de avaliar o cumprimento das metas e reforçar, junto aos países, a necessidade de alcançá-las.

No início do ano, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reiterou o apelo aos países do G20, o grupo das principais economias do mundo, para que concordem com um estímulo global de pelo menos US$ 500 bilhões por ano para apoiar os países do sul global a avançarem no cumprimento dos ODS.

A Agenda 2030 tem sido alvo de críticas em razão do progresso lento e de não atacar frontalmente questões estruturais como o racismo e os direitos das pessoas LGBTQIA+, que são citadas brevemente em apenas dois dos objetivos– no ODS10 (redução das desigualdades) e no ODS17 (parcerias e meios de implementação).

Outra crítica recorrente é a de que os ODS carecem de foco, o que levou Sanda Ojiambo, CEO do Pacto Global da ONU, a reforçar, em sua carta dirigida aos membros no início do ano, que cinco objetivos deveriam ser considerados prioritários pelas empresas: salário digno, mudanças climáticas, igualdade entre homens e mulheres, gestão da água e financiamento sustentável.

— O mundo avançou rapidamente na consciência em relação a vários temas e, quando se olha para 2012, quando os ODS foram construídos, questões que hoje são fundamentais como saúde mental e direitos da população LGBTQIA+ não foram contemplados, mas a Agenda 2030 continua sendo um bom guia — diz Carlo Pereira, CEO do Pacto Global no Brasil.

*Especial para Valor e O GLOBO