Projeto-piloto belga testa cultivo de algas no Mar do Norte

PoderĂŁo as algas tornar-se uma reserva alimentar estratĂ©gica para o futuro? Ă‰ isso que estĂĄ a ser testado nas correntes frias e ricas em nutrientes do Mar do Norte com um projecto-piloto pioneiro que foi instalado num parque eĂłlico offshore, a 50 km ao largo da costa da BĂ©lgica.

As sementes de algas sĂŁo cultivadas na Estação Marinha de Oostende por uma equipa de cientistas da Universidade de Gand.

O objetivo Ă© investigar como fazer o cultivo em grande escala porque esta proteĂ­na vegetal saudĂĄvel para a dieta humana e animal ainda nĂŁo Ă© muito comum nos hĂĄbitos alimentares dos europeus, mas tem potencial.

"Para aumentar ou ajudar esta indĂșstria a evoluir precisamos de facilitar a legislação, por exemplo, reconhecendo as algas marinhas como produto alimentar", disse, Ă  euronews, Jessica Knoop, investigadora do Grupo de Fisiologia da Universidade de Gand.

"Por outro lado, em termos financeiros, o setor europeu ainda precisa de mais verbas para investigação sobre cultivar espécies locais no seu ambiente natural", acrescentou a cientista.

O potencial tecnolĂłgico e comercial

Na equipa do projeto UNITED 2020 estão, também, cientistas dos Países Baixos, Dinamarca, Alemanha e Grécia.

Trata-se de um investimento de nove milhÔes de euros, com financiamento do programa de investigação da Comissão Europeia Horizonte 2020, e parceiros do setor privado.

Robert F. Bukaty/AP
HĂĄ cada vez mais chefs a desenvolver receitas com algas - Robert F. Bukaty/AP

As empresas construtoras de parques eĂłlicos no mar e vĂĄrias indĂșstrias estĂŁo interessadas no potencial comercial das algas e poderĂĄ haver novos desenvolvimentos tecnolĂłgicos.

"HĂĄ muitas start-ups e projetos de investigação ao nĂ­vel da biorefinaria para obter compostos de algas de que precisamos para vĂĄrias aplicaçÔes: alimentos, raçÔes, cosmĂ©ticos e produtos farmacĂȘuticos"

"Se cultivarmos algas marinhas a 50 km da costa, temos de pensar em como controlar o seu crescimento. HĂĄ novas empresas que estĂŁo a construir robĂŽs marinhos", explicou, Ă  euronews, Olivier de Clerck, Chefe do LaboratĂłrio de Fisiologia da Universidade de Gand.

"HĂĄ muitas start-ups e projetos de investigação ao nĂ­vel da biorefinaria para obter compostos de algas de que precisamos para vĂĄrias aplicaçÔes: alimentos, raçÔes, cosmĂ©ticos e produtos farmacĂȘuticos", referiu Olivier de Clerck.

A cultura de algas também ajudarå a desenvolver a aquacultura de moluscos locais, tais como ostras e mexilhÔes, e a restaurar os ecossistemas naturais.

É por isso que a Os parques eĂłlicos no mar sĂŁo parceiros-chave porque na ĂĄrea circundante destas plataformas nĂŁo Ă© permitida a pesca ou o transporte marĂ­timo.

A ComissĂŁo Europeia apresentou 23 medidas para promover o setor a partir de 2023.