Protesto em Milão denuncia iniciativas homofóbicas do governo da Itália
Associações LGBTQI+, apoiadas pela oposição, organizaram uma manifestação neste sábado (18), em Milão, no norte da Itália, para pedir mais direitos às famílias homoparentais. O governo ultraconservador da primeira-ministra Giorgia Meloni investe em iniciativas denunciadas como homofóbicas.
Com informações de Anne Le Nir, correspondente da RFI em Roma, e da AFP
"Você diz a meu filho que não sou a mãe dele": essa era uma das mensagens entre os vários cartazes que se sobressaíam em meio a bandeiras com as cores do arco-íris no centro de Milão neste sábado. Milhares de pessoas se reuniram para protestar contra o cerco do governo às famílias formadas por duas pessoas do mesmo sexo.
Diversas razões motivaram os militantes a saírem às ruas. Embora as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo sejam legalizadas desde 2016 na Itália, a influência da igreja católica motiva uma falta de abertura às causas LGBTQI+.
A Itália ainda não conta, por exemplo, com uma lei que reconheça as famílias homoparentais. Diante desse vazio jurídico, prefeituras vinham abrindo concessões por conta própria para registrar crianças de casais formados por duas mulheres ou dois homens.
No entanto, uma recente circular do Ministério do Interior da Itália lembrou que, no país, a barriga de aluguel é proibida e a reprodução assistida é autorizada apenas para casais heterossexuais. O documento determinou que os serviços do Estado parassem de registrar as crianças nascidas no exterior por meio do método, também conhecido como "útero de substituição".
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