Pumas rescinde contrato de Daniel Alves após prisão por agressão sexual
Clube mexicano anunciou decisão de quebrar acordo com lateral detido na Espanha durante investigação
O Pumas, do México, anunciou nesta sexta-feira (20) a rescisão do contrato de Daniel Alves. A decisão foi comunicada em forma de pronunciamento pelo presidente Leopoldo Silva após o brasileiro ter tido prisão preventiva decretada na Espanha por agressão sexual.
O clube Universidad Nacional tomou a decisão de rescindir por justa causa o contrato de trabalho com o jogador. Com esta decisão, o clube reitera seu compromisso de não tolerar atos de nenhum integrante de nossa instituição, seja quem for, que atentem contra o espírito universitário e seus valores. O clube Universidad Nacional é uma instituição que promove o respeito, o comportamento íntegro, digno e profissional de seus jogadores e jogadoras dentro e fora do campo.
Daniel Alves chegou ao Pumas em julho de 2022 após o fim do contrato com o Barcelona. Ele entrou em campo pela última vez com a equipe no dia 8 de janeiro, atuando 45 minutos na vitória por 2 a 1 sobre o Juárez, pelo torneio Clausura. Naquele momento, o Ministério Público espanhol já investigava a acusação de violência sexual.
Anteriormente, a Liga BBVA MX, responsável pela primeira divisão do Campeonato Mexicano de Futebol, anunciou que definiria a situação do atleta junto com o Pumas quando tomasse conhecimento da situação jurídica.
O jogador brasileiro foi preso preventivamente sem fiança nesta sexta após depoimento na investigação da acusação de violência sexual feita por uma mulher. O caso teria acontecido na madrugada de 30 para 31 dezembro de 2022, em uma boate em Barcelona.
Entenda o caso
Denúncia
De acordo com a Agência EFE, a denunciante afirmou que na noite de 30 para 31 de dezembro de 2022, o jogador do Pumas a tocou por baixo da roupa íntima sem seu consentimento. Ela prestou queixa em 2 de janeiro.
Jogador nega
No começo do mês, em entrevista ao programa espanhol Y ahora Sonsoles, da Antena 3, o jogador do Pumas disse que: "Gostaria de negar tudo. Sim, eu estava naquele lugar, com mais gente, curtindo. E quem me conhece sabe que eu amo dançar. Eu estava dançando e curtindo sem invadir o espaço dos outros. Eu não sei quem é essa senhora. Nunca invadi um espaço. Como vou fazer isso com uma mulher ou uma menina? Não, por Deus. Já chega (com o assunto), porque estão sofrendo, principalmente o meu povo".
Os depoimentos
A mulher teria sido convidada por Daniel e um amigo para um espaço VIP na boate em que estavam e, segundo o seu relato, o jogador teria pego a mão dela e colocado em seu pênis, algo contra a sua vontade. Também sem que quisesse, ela foi levada a um banheiro e, de acordo com o jornal, teria sido estuprada. O jogador teria sentado no vaso sanitário, levantado o seu vestido e a forçado a ter relações sexuais com ele. Tentando evitar, a mulher teria sido agredida e violentada logo em seguida. Depois do ato, Daniel Alves teria pedido que ela o esperasse sair primeiro do banheiro.
Exames de corpo de delito realizados no hospital em que ele fora encaminhada logo após ter relatado à polícia o que teria acontecido, ainda segundo o El Periódico de Catalunya, apontaram lesões características de estupro sofridas na mulher.
O que mostram as câmeras?
Conforme divulgado pelo jornal espanhol El Taquigrafo na última quinta-feira (19):
Daniel Alves chega à boate com um amigo por volta das 2h;
Às 4h22, a mulher vai ao banheiro e Alves a segue segundos depois. Não há câmeras lá;
Cerca de 47 segundos depois, ela sai do banheiro;
Alves continua seguindo a mulher;
O jogador e o amigo deixam o local 10 minutos depois;
Nesse momento, a mulher é vista chorando descontroladamente e amigas a consolam;
Funcionários do local são alertados.
A Boate Sutton teria acionado o "protocolo de proteção a vítimas de assédio" e tentou encontrar Daniel Alves, mas sem sucesso. O jogador, assim como sua esposa, nega as acusações.