Putin faz novas ameaças com arsenal nuclear; Ocidente acusa Moscou de abalar segurança pós-Guerra Fria
Assim que o presidente russo, Vladimir Putin, fez seu discurso à nação, em Moscou, nesta terça-feira (21), começaram as reações ocidentais ao que muitos países entenderam como ameaças à estabilidade mundial. A Ucrânia reforça a promessa de repelir os invasores, enquanto a Otan lamenta a decisão da Rússia de suspender sua participação no Tratado de não-proliferação de armas estratégicas, atitude que Washington classificou como “irresponsável”.
Considerando o anúncio como "infeliz e irresponsável", o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos sempre tomariam as medidas necessárias para sua segurança e a de seus aliados. Falando a repórteres na Embaixada dos Estados Unidos em Atenas, Blinken reforçou que os EUA permanecem abertos ao diálogo. “É claro que continuamos prontos para discutir com a Rússia a limitação de armas estratégicas a qualquer momento", declarou.
“A crítica e a acusação dos erros ocidentais como a origem de tudo, além da depravação do ocidente, são recorrentes há mais de um ano [no discurso de Putin], não há surpresa", destaca Jean-François Bouthors, jornalista e autor do livro “Poutine, la logique de la force” (“Putin, a Lógica da Força”, em tradução liver). "É a continuidade de sua visão”, ele destaca em entrevista à RFI. O que chama a atenção do escrito, contudo, "é o tempo que Putin passou falando aos russos para afirmar a resiliência da nação e para explicar o que o governo podia fazer por eles”, acrescenta Bouthors.
Ao anunciar a suspensão de sua participação no tratado de não-proliferação de armas estratégicas, Moscou esclarece que não se retira formalmente do acordo. Mesmo assim, a medida atraiu imediatamente críticas da Otan e de Washington.
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