Quais países cuidaram bem da covid, Bolsonaro? Aqui temos 6 exemplos
Presidente Jair Bolsonaro questionou se algum país está tratando bem a pandemia de covid-19
Nova Zelândia e Austrália usaram medidas rigorosas para frear avanço de casos
Israel e Estados Unidos investiram na ampla vacinação e veem casos caírem
Nesta quinta-feira (18), para tentar justificar a situação vivida no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que todos os países trataram mal a pandemia de coronavírus.
“Qual país do mundo que está tratando bem a questão da covid? Aponte um. Em todo local está morrendo gente. Agora, aqui, virou uma guerra contra o presidente. Um dos raros países onde querem derrubar o presidente é aqui. Eles não apresentam soluções. Quando eu digo, né: Me apresente um país onde está dando certo o combate à covid. Não tem, tá. Esses caras que querem me derrubar, o que vocês fariam no meu lugar? 'Ah, comprar vacina'. Onde é que tem vacina para vender? Onde tem vacina para vender?”
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Em todo o mundo, mais de 2,6 milhões de pessoas morreram em decorrência da covid-19 e 121 milhões foram infectadas pelo vírus. Todo o mundo sofreu as consequências do coronavírus, mas não é verdade que todos tenham lidado mal com a crise.
De diferentes maneiras, apesar das dificuldades, liderem mundiais têm trabalhado para que a covid-19 atinja o mínimo possível a população. Alguns apostaram no confinamento, outros na vacinação massiva. O Brasil, até o momento, não seguiu nenhum desses caminhos.
Alguns exemplos são:
Nova Zelândia
Austrália
Israel
Estados Unidos
Chile
Wuhan, na China, o primeiro epicentro da doença
Confinamento e retomada da vida
Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, 26 pessoas morreram em decorrência da covid-19. Desde o início da pandemia, a primeira-ministra, Jacinda Ardern, foi rigorosa com as medidas de isolamento social no país. No total, 2,6 mil pessoas se contaminaram, entre os 4,8 milhões de habitantes.
Em fevereiro, a capital do país, Auckland, detectou entrou em lockdown após três casos serem detectados na cidade. Dias depois, quando as pessoas testaram negativo, a capital pôde sair do regime de confinamento.
A medida foi recorrente no país. Quando um novo caso na Nova Zelândia era detectado, autoridades agiram rapidamente para evitar a propagação do vírus.
Austrália
A Austrália seguiu a mesma linha de atuação da Nova Zelândia, com medidas duras de isolamento. Os resultados foram bons: entre os 25 milhões de habitantes, menos de 30 mil foram infectados pelo coronavírus e cerca de 900 pessoas morreram em decorrência da covid-19.
Em fevereiro, a cidade de Melbourne entrou em lockdown quando foram detectados 25 casos de coronavírus. Todas as pessoas estavam em quarentena em um hotel e haviam chegado de fora da cidade. Após todas se recuperarem, a cidade liberou a volta da circulação de pessoas.
Ampla vacinação
Israel
Em Israel, a vacinação em massa com o imunizante da Pfizer tem permitido ao país retomar a vida como era antes – ou pelo menos algo parecido. É verdade que o país foi afetado de forma grave pelo covid-19: com 9,25 milhões de pessoas, 6 mil morreram em decorrência da covid e 825 mil foram infectadas.
Mas, com 5,1 milhões de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose, equivalente a 56% da população, o país vê o número de casos cair e a economia reabrir. Em janeiro, Israel teve mais de 10 mil contágios em 24 horas. Em 17 de março, o número estava em 1,6 mil. Bares e restaurantes já voltaram a funcionar.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete que o país será o primeiro a estar livre do coronavírus.
Estados Unidos
Com Donald Trump no poder durante grande parte da pandemia, os Estados Unidos lideraram durante muito tempo o ranking de países com maior número de mortes diárias pela covid-19. O cenário, no entanto, mudou.
Aplicando cerca de 2 milhões de doses por dia, o presidente Joe Biden vê o número de mortes diminuir. A expetativa do democrata é que em maio todos os adultos possam se vacinar e acredita que, em 4 de julho, Dia da Independência, os norte-americanos possam se juntar em pequenos grupos para comemorar.
Chile
No Chile, o número de casos de covid-19 ainda é alto, mas o país apostou na vacinação em massa para que a vida volte ao normal o quanto antes. O país latino-americano já aplicou 7,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo a maioria Coronavac.
No total, 5,3 milhões de pessoas já foram imunizadas, sendo 2,5 milhões com as duas doses. Com isso, a primeira etapa da vacinação, a imunização de pessoas no grupo de risco, já foi concluída, mesmo duas semanas antes do previsto.
A expectativa do governo chileno é que toda a população alvo, 15 milhões de pessoas, sejam vacinadas até 30 de julho.
Quando o programa mais amplo de vacinação começou, o Chile organizou a imunização por faixas etárias. A cada semana, uma faixa etária foi vacinada progressivamente, com idades diminuindo a cada dia da semana.
Depois de vacinar todas as pessoas com mais de 60 anos, foram vacinados os profissionais da educação. A classe incluiu professores, assistentes e também pessoas que trabalham com a alimentação em escolas. Todos já foram vacinados e somam 320 mil pessoas.
Na semana de 15 a 19 de março, estão sendo vacinadas pessoas entre 45 e 16 anos com doenças crônicas e pessoas com deficiência.
Volta por cima
Wuhan, na China, foi o primeiro epicentro da covid-19 no mundo. Em fevereiro de 2021, a situação da cidade é bastante diferente do que era há um ano.
O governo chinês tomou medidas drásticas para controlar a pandemia, especialmente para pessoas que chegam de fora do país. Quem entra na cidade precisa fazer quarentena de 28 dias e, caso um morador tenha sintomas de covid-19, precisa ficar isolado por, no mínimo, 7 dias. Um aplicativo monitora as pessoas e, caso um cidadão cruze com alguém com sintomas, recebe um alerta.
A cidade conseguiu voltar à normalidade, mesmo após viver uma situação dramática.
Com o aumento da vacinação no mundo, a China tem flexibilizado a entrada no país para quem recebe vacinas produzidas por farmacêuticas chinesas.