Quem são as vítimas que morreram no baile em Paraisópolis?
Já estão sendo identificadas e reconhecidas as 9 vítimas que morreram durante uma ação policial durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada do domingo (1º). Das 9 vítimas, três tinham menos de 18 anos, sendo que o mais novo tinha 14 anos. Além dos 9 mortos, 7 ficaram feridos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, os mortos são:
Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16 anos
Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos
Eduardo Silva, 21 anos
Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos
Mateus dos Santos Costa, 23 anos
Dennys Guilherme do Santos Franca, 16 anos
Gustavo Cruz Xavier, 14 anos
Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos
Luara Victoria de Oliveira, 18 anos
A primeira vítima que foi reconhecida pelos familiares foi Marcos Paulo Oliveira dos Santos. Ele tinha 16 anos, era estudante e morava no Jaraguá, Zona Norte, com os pais, um irmão, a avó e dois primos. A família soube da morte por um vizinho.
Leia também
Os parentes de Marcos Paulo contaram que essa foi a primeira vez que Marcos foi ao baile de Paraisópolis. Na noite anterior, ele disse para a avó que ia comer uma pizza com os amigos. A família fez o reconhecimento do corpo na tarde deste domingo no IML (Instituto Médico Legal) Zona Sul.
O adolescente Dennys Guilherme do Santos Franca, já reconhecido pelos familiares, chegou a fazer um post no Facebook relatando que estava no baile funk. “Hoje eu tô inspirado, vou mandar o magrão de esquina a esquina e dar um tapa na cabeça da sua vó, não quero saber de nada, meninas hj o pai vai tá online, vou surfar mais que o Medina.”
O CASO
Uma ação policial em um baile funk na madrugada de domingo (1º) terminou com nove pessoas mortas por pisoteamento e outras sete feridas, na favela de Paraisópolis (zona sul de SP).
O tumulto aconteceu em evento com mais de 5 mil pessoas. Imagens e relatos indicam que a multidão acabou encurralada pela polícia em vielas estreitas -alguns tropeçaram e acabaram mortos. Jovens afirmaram que a ação foi uma "emboscada".
A Polícia Militar afirma que ainda não é possível saber se a ação ocorreu de maneira correta, que algumas imagens divulgadas sugerem abusos e que tudo será investigado.
A corporação sustenta, porém, que a confusão começou após uma perseguição a suspeitos em uma moto, com quem trocaram tiros.
Segundo a polícia, a fuga se deu por 400 metros e depois os suspeitos entraram no meio do baile ainda disparando. "Criminosos utilizaram pessoas no pancadão como escudos humanos", disse o tenente-coronel Emerson Massera, da PM.
Na noite de domingo, centenas de moradores de Paraisópolis tomaram as ruas da favela e arredores para protestar contra o episódio.
Durante a manifestação, os moradores cantaram um trecho de um funk clássico. "Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci", entoaram.
Em parte do trajeto, encontraram com policiais e o clima ficou mais tenso. "Assassinos, assassinos", gritavam. No entanto, não houve conflito.