'Rainha dos Reboques' é alvo de busca e apreensão por suspeita de irregularidades em contratos
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Conhecida como Rainha dos Reboques, a empresária Priscila Santos foi alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (8) no Rio de Janeiro por suspeita de irregularidades em contratos firmados com o Detro-RJ (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro).
Os agentes foram às ruas para cumprir oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados à empresária, inclusive na mansão onde ela mora na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Eles também estiveram em endereços de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A polícia não respondeu, porém, o que foi apreendido na casa da empresária e nos outros endereços.
Considerada uma das maiores empresárias de reboque do Rio, Priscila ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, com viagens de lancha e fotos em casas de alto padrão.
Ela é dona da Rebocar, empresa fundada há cerca de 13 anos e que foi contratada para realizar leilões de veículos apreendidos. Mas, segundo as investigações, não teriam sido repassados para o Detro os valores arrecadados, gerando uma dívida milionária com o governo.
De acordo com os investigadores, o contrato firmado previa a prestação de serviços de reboque, guarda e leilão de veículos apreendidos entre 2019 e dezembro de 2021.
A Polícia Civil diz que as investigações foram baseadas em depoimentos de testemunhas, monitoramento de alvos, busca e coleta de dados.
A reportagem não localizou a defesa de Priscila. Nas redes sociais, ela publicou uma nota, em abril, na qual nega irregularidades e diz que a maior parte do valor arrecadado nos leilões dos veículos apreendidos era repassada para o Detro.
A empresária, que tem dívidas trabalhistas, afirma que passou por problemas financeiros. Segundo ela, a Rebocar sofreu prejuízos porque o estado teria deixado de apreender veículos por determinação do governo e, depois, por causa da pandemia.
"Assim que eu acabei de fazer meu investimento, em 90 dias, o Detro parou de apreender os veículos. Eu fiquei com uma mega estrutura para atender 10% do que haviam me solicitado", escreve ela, acrescentando que o órgão teria deixado de efetuar pagamentos à empresa.
Em nota, o Detro diz que tem colaborado com a Polícia Civil sempre que é solicitado "no intuito de esclarecer o caso e ser ressarcido dos valores devidos pela empresa." O órgão diz ainda que o contrato com a Rebocar foi rescindido em dezembro do ano passado em razão das supostas irregularidades.