Raphael Claus avalia trabalho de árbitros: "Mais luta que futebol"
De volta ao Brasil após trabalhar como árbitro na Copa do Mundo do Catar, o paulista Raphael Claus está em preparação para a próxima temporada, que se inicia nos próximos dias, e participou do programa Os Donos da Bola, da Band, onde falou sobre temas polêmicos.
Quando questionado sobre o comportamento dos jogadores brasileiros, em comparação às atitudes dos atletas internacionais, Claus disse que: "Há um profissionalismo em respeitar o profissional do outro lado. Rolava uma pegada, e o outro pedia desculpas prontamente. Como árbitro, você nem precisa intervir, e isso ajuda demais a arbitragem, tira o peso. Aqui no Brasil a gente trabalha mais como árbitro de luta do que de futebol. As vezes o jogo é de UFC, pra mostrar pro outro que é mais forte, jogar pra galera, pra torcida. Em vez de ser criticado, ele é elogiado por isso, e vai continuar fazendo".
Leia também:
Sobre a orientação para maiores períodos de acréscimos tanto no primeiro quanto no segundo tempo, algo que foi destaque no Mundial disputado no fim do ano passado, Raphael Claus afirmou que a instrução surgiu na Copa, mas deve seguir: "É uma instrução que surgiu na Copa do Mundo. Por exemplo: comemorações de gol, coisa que a gente não se atentava tanto, situações de retardo dos jogadores, mas na Copa eles se adaptaram a isso, houve muito menos perda de tempo no jogo".
Sobre entrevistas de árbitros após as partidas, assim como os jogadores, técnicos e dirigentes fazem, Claus se disse favorável e ponderou que polêmicas seriam logo explicadas: "Acho que é uma ideia boa, a gente expor o que vemos dentro do campo de jogo, mas existe uma preocupação com a preparação. Por que dificilmente todos estarão preparados pra esse nível de debate e exposição que o árbitro vai sofrer. No caso dos jogadores que vão às coletivas, são direcionados pela própria assessoria. É um passo que deve seguir adiante, teve um jogo que eu fiz, na administração do Reinaldo (Carneiro), em que eu falei e aí criou uma polêmica, e quando expliquei ficou mais claro".