Recém-chegado, novo presidente da Geap Saúde quer reconquistar clientes perdidos e capilarizar serviços
Recém-chegado na presidência da Geap Saúde, Douglas Figueredo quer mudar a lógica comercial da operadora de planos de saúde dos servidores federais. Pluralidade, maior capilaridade e reconquistar clientes serão os principais focos de sua gestão, que quer colocar o servidor em primeiro lugar. É o que contou à coluna, na primeira entrevista que concede desde que assumiu o cargo.
De início, Figueredo quer implementar, até o fim desde mês, uma nova política de refinanciamento para encorajar o retorno de quem abandonou a cobertura da Geap Saúde por dívidas. O formato e as condições da modalidade ainda são estudados pela equipe técnica do órgão, mas ele afirma que será “arrojado”:
— Não será como os (outros programas) que vieram antes. Vamos arrojar no limite do risco. No caso das mulheres, vemos que cerca de 40 mil (que saíram dos nossos planos) poderiam se inclinar ao Refis. Eu não serei conservador nessa medida.
A estratégia de captação de clientes faz parte da palavra-chave que irá guiar a nova gestão, segundo o diretor-presidente: sustentabilidade de crescimento. Isso significa aumentar a carteira de clientes com atrativos para esse público, como refinanciamento de dívidas e campanhas com isenção de carência.
— Não adianta ter uma saúde financeira boa se perdermos 200 mil beneficiários. Precisamos retomar com uma consciência de sustentabilidade, que é o que faltou na Geap nos últimos dez anos — argumenta Figueredo, que elenca a mudança como um dos objetivos definidos no planejamento estratégico 2019/2023.
Na tentativa de alavancar a participação de servidores, o diretor-presidente Douglas Figueredo quer mudar o planejamento estratégico para colocar a captação e retenção de clientela como principal motor das ações desenvolvidas pela operadora.
O executivo avalia que, se a Geap Saúde continuasse com a mesma estratégia comercial por mais quatro anos, a carteira de clientes cairia dos atuais 276 mil para cerca de 80 mil, uma queda de quase 75% do portfólio. Ele avalia que uma das principais lacunas dos últimos anos foi o descompasso entre a sustentabilidade financeira e a busca por beneficiários.
Nessa estratégia, junto com a congregação de mais servidores e dependentes aos planos de saúde, Figueredo quer que a operadora consiga competir, dentro desse nicho, com gigantes do setor privado, como Bradesco Saúde e Unimed.
— Não quero perder clientes para essas operadoras. Os nossos diagnósticos serão de satisfação e também de identificar os perfis para que possamos avançar com força no segmento dos servidores públicos — aponta o diretor-presidente.
Outro elemento que será chave na nova gestão é levar a Geap Saúde para todo o país, para cidades interioranas, para “chegar a todo servidor público”. Para isso, Figueredo quer abrir as suas portas para que governadores e prefeitos possam “levar aos estados e municípios a nossa expertise”.
Um diagnóstico que explique o desconhecimento da operadora de planos de saúde está sendo desenhado pela equipe técnica, e será fundamental para que os executivos consigam traçar uma estratégia de “reverter essa curva ruim” da Geap na gestão que se inicia.