Redes sociais pressionam celebridades a abandonar seus jatinhos privados para preservar o meio-ambiente

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Da cantora americana Taylor Swift ao empresĂĄrio francĂȘs Bernard Arnault, as redes sociais tem aumentado a pressĂŁo sobre celebridades, personalidades polĂ­ticas e grandes empresĂĄrios para que limitem suas viagens em jatos particulares, responsĂĄveis por uma pegada de carbono significativa.

O tema virou debate quando a personalidade da mídia Kylie Jenner compartilhou para seus 364 milhÔes de seguidores no Instagram uma foto dela e de seu parceiro, o rapper Travis Scott, na frente de dois jatos. Críticos nas redes sociais chamaram Jenner de "criminosa climåtica".

"Poluente e criminoso", duzia um tuĂ­te sobre o diretor Steven Spielberg, que fez um voo de 28 minutos.

InĂșmeros memes circularam zombando de Taylor Swift apĂłs a publicação, na Ășltima sexta-feira, de uma anĂĄlise da agĂȘncia de marketing Yard, que a classificou como "a celebridade mais poluente do ano", tendo realizado 170 voos privados.

Yard se baseou nos dados da conta "Celebrity Jets" no Twitter, que rastreia os voos das celebridades atravĂ©s de dados pĂșblicos disponĂ­veis online.

Jack Sweeney, um estudante de 19 anos, lançou essa conta em 2020, seguindo o jato particular de Elon Musk. Ele agora tem 30 contas rastreando estrelas do esporte, o dono da Meta, Mark Zuckerberg, e até mesmo oligarcas russos.

A iniciativa serviu de inspiração para outras contas. Sebastien, um engenheiro aeroespacial de 35 anos que se recusou a dar seu nome verdadeiro, criou em abril o perfil "I Fly Bernard", que acompanha voos de bilionårios franceses, incluindo Bernard Arnault, chefe da gigante de luxo LVMH.

"O que tento denunciar Ă© o uso de aviĂ”es particulares como tĂĄxis", explica Ă  AFP, destacando os inĂșmeros voos nacionais ou europeus realizados.

“Na Europa, trĂȘs quartos desses voos poderiam ser feitos de trem”, diz William Todts, diretor executivo da Transport & Environment, que reĂșne ONGs europeias do setor.

- Entre 5 e 14 vezes mais poluentes -

O setor aéreo é responsåvel por entre 2% e 3% das emissÔes globais de CO2. Mas, segundo um relatório da Transport & Environment, publicado em maio, os voos particulares geram uma pegada de carbono por passageiro entre 5 e 14 vezes superior aos voos comerciais e 50 vezes superior ao trem.

Algumas celebridades reagiram Ă  pressĂŁo nas redes sociais. Na semana passada, um porta-voz de Taylor Swift disse Ă  imprensa que ela "empresta regularmente seu jato para outras pessoas".

"Atribuir a ela a maioria ou todos esses voos Ă© totalmente incorreto", detalhou.

Na França, um porta-voz do grupo Bouygues garantiu que o avião seguido pelo "I Fly Bernard", apresentado como de Martin Bouygues, pertence ao grupo e "é utilizado por vårios colaboradores".

Indicou também que as emissÔes de CO2 do avião são compensadas por projetos de reflorestamento. Isso, segundo críticos, não reduz substancialmente as emissÔes.

Beatrice Jarrige, chefe de projeto da associação Shift Project, espera que este movimento se converta em ação polĂ­tica.

"Não é sobre proibir totalmente os voos, mas é necessårio que os mais ricos façam um esforço", especificou.

Em setembro de 2021, o setor de aviação executiva considerou que combustíveis sustentåveis são "chave" para atingir a meta de neutralidade de carbono até 2050.

cdc-mdz/mab/pc/ap

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