Revolucionárias invisíveis: contribuições femininas a tecnologia e ciência são apagadas
O setor das tecnologia e o mundo digital são considerados ambientes exclusivamente masculinos que não interessariam às mulheres. Uma ideia preconceituosa que está longe da realidade. Na verdade, as contribuições das mulheres nesta área são sistematicamente apagadas em benefício do trabalho de colegas homens. A paridade no setor permitiria responder à escassez de talentos, de acordo com associações de defesa dos direitos das mulheres.
Dominique Desaunay, da RFI
A tecnologia global se beneficiou de grandes inovações realizadas por mulheres, mas poucos conhecem seus nomes e feitos. Hedy Lamarr, por exemplo, foi uma mulher da ciência, mas era mais conhecida na década de 1930 como a mais bela atriz de Hollywood.
No entanto, entre gravações de filmes, ela desenvolveu, em 1941, um sistema de encriptação para radioguiar os torpedos dos submarinos. Sua invenção pode ser encontrada hoje em todas as tecnologias sem fio, Wi-Fi, GPS, telefonia celular e Bluetooth.
A importância das contribuições de Lamarr, no entanto, tem sido invisibilizada, tanto por homens de sua época quanto pelos de hoje. A sociedade parece incapaz de aceitar que é possível ser, ao mesmo tempo, uma cientista brilhante e uma estrela de cinema.
Outro exemplo é o da matemática Ada Lovelace que criou, em 1842, o primeiro programa de computador do mundo, que funcionava, na época, em um avô mecânico do computador.
Efeito Matilda
“A americana historiadora da ciência Margaret Rossiter demonstrou que esse fenômeno de negação das contribuições das mulheres no campo da ciência era sistemático com a consequência da atribuição recorrente de suas descobertas em benefício de seus colegas homens", explica Landry.
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