Sabesp: governador de SP quer ter 'golden share' na privatização

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta segunda-feira que o estado de São Paulo pode abrir mão do controle da Sabesp, por meio da privatização, mas manter uma participação na empresa para continuar tendo relevância nas tomadas de decisão.

— Podemos até manter uma participação na empresa, estratégica, golden share. Ou seja, a gente vai ter um papel relevante na tomada de decisão estratégica, mas você abre mão do controle — disse Tarcísio em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

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O dinheiro captado na venda do controle da Sabesp ao capital privado poderá ser usado para investir no próprio setor, diz o governador de São Paulo. Por exemplo, levando saneamento a regiões onde a Sabesp ainda não atua.

Tarcísio disse que os estudos ainda serão feitos, mas garantiu que os municípios vão se beneficiar e que a tarifa para o cidadão, na ponta, irá diminuir.

— A outorga gerada também pode ser distribuída em parte com os 375 municípios que são atendidos pela Sabesp, na proporção dos seus atendimentos. As prefeituras ganham, os municípios ganham e o cidadão ganha, pois vai ter um serviço de mais eficiência que vai contar com muito investimento, vai ser universalizado em um prazo menor e com uma tarifa mais baixa —, explicou o governador, acrescentando:

— A partir do momento em que eu renovo os contratos de concessão que hoje a Sabesp tem, e o maior é com a prefeitura de São Paulo, eu gero também um upside (potencial de valorização, na tradução livre) num grande valor e ele pode ser integralmente utilizado na redução de tarifas.

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O modelo de golden share foi usado na privatização da Vale e permite que o estado tenha poderes especiais dentro da empresa, como por exemplo podendo vetar decisões importantes.

Tarcísio voltou a defender a privatização do Porto de Santos, que ele chamou de "o maior acontecimento da baixada santista dos últimos anos". Segundo o governador, Lula sinalizou que é contra a privatização, mas disse que "não tem dogma".

— Ele disse que se for convencido de que a coisa é boa de repente até muda de opinião — lembrou Tarcísio sobre a reunião que teve com o presidente da República, em Brasília. — O governo dele tem um desafio que é gerar emprego. Como geral 60 mil postos de trabalho de outra forma na baixada santista? — questionou Tarcísio.