Vencedor do Festival Eurovisão da Canção em 2017, o cantor e compositor português Salvador Sobral é muito mais do que isso. Palavra de Caetano Veloso, com quem o músico dividiu o palco na final do concurso, e que declarou esta semana em suas redes sociais que Sobral é “um dos maiores cantores que existem” e “conhece a grandeza da arte”. Revelado para o público brasileiro no mesmo ano, quando emplacou a canção “Amar pelos dois” na abertura da novela “Tempo de amar”, o lisboeta estreia hoje no Teatro Riachuelo sua primeira turnê no país.

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A espera é justificada: devido a uma insuficiência cardíaca, Sobral foi submetido, logo após a vitória no festival, a um transplante de coração, que o manteve perto de casa. Pouco depois, veio a pandemia. O esperado debute chega cheio de expectativas por parte do cantor, para quem a música brasileira é “a mais importante em sua construção enquanto intérprete”.

— Não me lembro de estar tão entusiasmado para visitar um país. Minha maior referência, na música e na vida, é Caetano. Foi com João Gilberto que aprendi a cantar, ao piano. E sinto que há uma canção bonita do Djavan para todos os dias do ano — declara-se Sobral, que diz ainda ouvir de Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Rita aos instrumentistas Guinga e Hermeto Pascoal e os contemporâneos Tim Benardes e a rapper Bia Ferreira.

Acompanhado por André Santos na guitarra e Max Agnas no piano, o artista, que tem como base o jazz com pitadas pop, vai fazer um apanhado de seus três discos. Além da canção-tema da novela, “Só um beijo” e “Anda estragar-me os planos” estão garantidas no roteiro.

— O jazz é só um ponto de partida na minha música, enquanto filosofia de liberdade e improvisação. Sou influenciado pelo mundo.

Teatro Riachuelo. Rua do Passeio 38/40, Centro. Qui, às 20h. R$ 50 (balcão) a R$ 120 (plateia vip).