São Paulo decide antecipar 5 feriados para frear avanço da Covid; veja como funcionará
São Paulo decide antecipar cinco feriados para frear avanço da Covid-19
Os próximos dias 29, 30, 31 e 1º serão feriado
Covas também anunciou novos 640 leitos de UTI e a liberação do rodízio de carros
A cidade de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (18) que irá antecipar cinco feriados no município para tentar conter os avanços da Covid-19. O objetivo é reduzir a circulação de pessoas e, assim, frear o número de internações e mortes pela doença, que chegou nesta semana ao maior índice desde o início da pandemia.
A afirmação foi feita pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), durante coletiva de imprensa, onde também foi anunciada a primeira morte de um paciente na espera de um leito de UTI no município.
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"Para poder conter a circulação, o município vai repetir a medida do ano passado que é antecipação dos feriados municipais, vamos antecipar os dois feriados municipais neste ano e os três que temos em 2022 para reduzir a circulação de pessoas", afirmou Covas.
Portanto, os próximos dias 29, 30, 31 de março e 1º de abril serão feriado. Ou seja, da próxima sexta-feira (26) até o dia 4 de abril, a cidade de São Paulo não terá dias úteis. Segundo Covas, dois destes feriados são deste ano e outros três de 2022.
A medida mira reduzir a circulação de pessoas nas ruas, visando setores da indústria e empresas que ainda seguem funcionando durante a fase emergencial, em vigor em todo o estado desde a última segunda-feira (15).
Covas ainda disse que nas próximas semanas irá mudar o rodízio de carros na cidade de São Paulo. "Vamos liberar o rodízio e mudar o rodizio para 22 às 5h, no mesmo horário do toque de restrição do estado".
Normalmente, durante o rodízio, os veículos ficam impedidos de circular no Centro Expandido das 7h às 10h e das 17h às 20h, de acordo com o final de placa e dia da semana.
Medidas adotadas em 2020
Não é a primeira vez que a gestão de Covas decide antecipar feriados e mudar as regras do rodízio de carros como estratégia para frear a contaminação pelo coronavírus.
Novos leitos de UTI
Além disso, o prefeito anunciou que irá providenciar novos 640 leitos de UTI equipados para atender pacientes com a Covid-19 na cidade.
"Estamos recebendo ligações de cidades pedindo leitos em São Paulo. Tivemos hospitais privados pedindo vagas na rede pública, a situação é de muita dificuldade", disse.
Nesta terça-feira (16), o secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou que ao menos 15 hospitais particulares da cidade solicitaram ao estado o empréstimo de leitos de UTI do SUS (Sistema Único de Saúde) para tratar pacientes de Covid-19.
Em entrevista à CBN, o secretário afirmou que estes hospitais da rede privada solicitaram 30 leitos ao estado porque estão sem vagas e há uma fila de pacientes aguardando leitos.
Primeira pessoa morta na fila de espera de UTI
Antes da coletiva desta quinta-feira (18), Covas revelou que uma pessoa com Covid-19 morreu na fila de espera por um leito de UTI na cidade de São Paulo.
Até esta quarta-feira (17), 395 pessoas aguardavam por um leito de UTI na cidade de São Paulo. "É um momento triste e muito difícil", disse Covas.
Recorde de mortes em SP
De acordo com dados da Saúde estadual, o salto da doença no estado é de 28,2% de uma semana para a outra. A taxa de ocupação hoje de UTIs no estado é de 89%. Na região metropolitana, ela chega a 90%.
O estado de São Paulo ultrapassou as 600 mortes diárias pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus, batendo um novo recorde. Nas últimas 24 horas, foram registrados 679 óbitos em decorrência do vírus.
Para se ter ideia do tamanho descontrole da doença, mesmo com o governo João Doria (PSDB) adotando medidas extremas a fim de frear o vírus, as mortes por coronavírus em São Paulo já equivalem aos óbitos do Brasil no ano passado.
Em 20 de agosto de 2020, o país registrou 679 mortes. Ou seja, nas últimas 24 horas em São Paulo, o número de pessoas mortas pela Covid-19 é equivalente ao de todo o país no ano passado.
Desde o início da pandemia de coronavírus, há um ano, ao menos 72.264 pessoas morreram por Covid-19 sem ter acesso a um leito de UTI mesmo tendo sido internadas. Esse número representa mais 25% dos quase 280 mil mortos deixados pela doença no país até agora.