São Paulo precisa de medicamentos do kit intubação em 24 horas para evitar colapso

SANTO ANDRE, BRAZIL - MARCH 11: Medical staff members set up at the Pedro DellAntonia Sports Complex field hospital as coronavirus cases soar on March 11, 2021 in Santo Andre, Brazil. The state of Sao Paulo has reached over 80% occupancy in intensive care units and has declared a red alert as the spread of COVID-19 has accelerated in Brazil in recent weeks. State Health Minister Jean Gorinchteyn announced that they are already recruiting health professionals for reinforcement and working in 140 extra ICUs to prevent the collapse of the health system. 38 patients with COVID-19 have already died on the waiting list for ICU's beds in the state in the first ten days of March. (Photo by Alexandre Schneider/Getty Images)
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de SP, pede insumos ao Ministério da Saúde para abastecer hospitais (Foto: Alexandre Schneider/Getty Images)
  • São Paulo teme falta de medicamentos para pacientes com covid-19 em situação grave

  • Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de SP, enviou ofício ao Ministério para pedir remédios necessários

  • Estado afirma que precisa receber medicamentos em até 24 horas

O governo de São Paulo mandou um ofício do Ministério de Saúde alertando que precisa de medicamentos do kit intubação em 24 horas. O alerta foi eito na última terça-feira (13) e alerta para um possível desabastecimentos de remédios essenciais para tratar pacientes com covid-19 em situação grave.

O documento foi divulgado pela coluna da jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Quem assina o ofício é o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.

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“A situação de abastecimento de medicamentos, principalmente daqueles que compõem as classes terapêuticas de bloqueadores neuromusculares e sedativos está gravíssima, isto é, na iminência do colapso, considerando os dados de estoque e consumo atualizado pelos hospitais nesses últimos dias”, alerta o documento.

Gorinchteyn alerta que, nos próximos dias, se nada for feito, São Paulo terá falta de medicamentos. Estão em falta bloqueadores neuromusculares e remédios para sedação contínuo de pacientes intubados. Sem esses medicamentos, é impossível suportar as dores do procedimento.

No ofício, o secretário de Saúde reforça que tem pedido mais medicamentos ao ministério há mais de 40 dias. O texto ainda afirma que já foram enviados nove ofícios, mas sem retorno.

Medicamentos não chegam aos estados

Desde março, o Ministério da Saúde começou a obrigar fábricas de medicamentos a destinar o excedente da produção para a pasta. Depois, seria obrigação do Ministério repassar os remédios para os estados, por meio do SUS.

Gorinchteyn alega que tem informado diariamente sobre o estoque de medicamento no estado. A quantidade de remédios enviados a São Paulo, segundo o secretário, é ínfima.

"O Ministério da Saúde manteve o Estado de São Paulo durante 6 (seis) meses sem fornecimento de qualquer quantidade de medicamentos provenientes das requisições administrativas realizadas", segue. E "furta-se a esclarecer qual critério adotado para definir a distribuição dos milhões de unidades farmacêuticas requisitadas, face ao quantitativo ínfimo enviado ao Estado de São Paulo".​

O secretário de Saúde de São Paulo lista a quantidade de quatro bloqueadores neuromusculares, além de três fármacos para sedação e um remédio para analgesia. Segundo Gorinchteyn, as quantidades seriam o mínimo necessário para abastecer 643 hospitais nos próximos dez dias.

Sem IFA para produção da CoronaVac

A health worker prepares a CoronaVac vaccine against COVID-19 during an immunization campaign for people on the streets in Sao Paulo, Brazil, on March 30, 2021. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) (Photo by MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images)
CoronaVac é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a SinoVac (Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images)

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que não há Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para cumprir a entrega combinada com o governo federal. O contrato previa que fossem produzidas 46 milhões de doses da CoronaVac, disponibilizadas para o Plano Nacional de Imunização.

A previsão é que a próxima entrega de IFA aconteça no dia 20, mas Dimas Covas afirma que há a expectativa que o lote com 6 mil litros de insumo seja adiantado. “Ele chega até o dia 20, estamos com expectativa que ele chegue antes. E vamos começar a produção rapidamente”, afirmou.

Há ainda um segundo lote de IFA, também de 6 mil litros, que é esperado. O material está pronto, mas ainda não há autorização para importação.

Nesta quarta-feira (14), o Butantan entregou 1 milhão de doses, totalizando 40,7 milhões de vacinas produzidas. Em abril, foram produzidas 4,5 milhões de doses da CoronaVac, entregues ao governo federal.

A previsão era que até 30 de abril fossem entregues 46 milhões de doses ao PNI. Até agosto, devem ser entregues 100 milhões de doses da CoronaVac, produzidas pelo Instituto Butantan.