São Paulo precisa de medicamentos do kit intubação em 24 horas para evitar colapso
São Paulo teme falta de medicamentos para pacientes com covid-19 em situação grave
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de SP, enviou ofício ao Ministério para pedir remédios necessários
Estado afirma que precisa receber medicamentos em até 24 horas
O governo de São Paulo mandou um ofício do Ministério de Saúde alertando que precisa de medicamentos do kit intubação em 24 horas. O alerta foi eito na última terça-feira (13) e alerta para um possível desabastecimentos de remédios essenciais para tratar pacientes com covid-19 em situação grave.
O documento foi divulgado pela coluna da jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Quem assina o ofício é o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.
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“A situação de abastecimento de medicamentos, principalmente daqueles que compõem as classes terapêuticas de bloqueadores neuromusculares e sedativos está gravíssima, isto é, na iminência do colapso, considerando os dados de estoque e consumo atualizado pelos hospitais nesses últimos dias”, alerta o documento.
Gorinchteyn alerta que, nos próximos dias, se nada for feito, São Paulo terá falta de medicamentos. Estão em falta bloqueadores neuromusculares e remédios para sedação contínuo de pacientes intubados. Sem esses medicamentos, é impossível suportar as dores do procedimento.
No ofício, o secretário de Saúde reforça que tem pedido mais medicamentos ao ministério há mais de 40 dias. O texto ainda afirma que já foram enviados nove ofícios, mas sem retorno.
Medicamentos não chegam aos estados
Desde março, o Ministério da Saúde começou a obrigar fábricas de medicamentos a destinar o excedente da produção para a pasta. Depois, seria obrigação do Ministério repassar os remédios para os estados, por meio do SUS.
Gorinchteyn alega que tem informado diariamente sobre o estoque de medicamento no estado. A quantidade de remédios enviados a São Paulo, segundo o secretário, é ínfima.
"O Ministério da Saúde manteve o Estado de São Paulo durante 6 (seis) meses sem fornecimento de qualquer quantidade de medicamentos provenientes das requisições administrativas realizadas", segue. E "furta-se a esclarecer qual critério adotado para definir a distribuição dos milhões de unidades farmacêuticas requisitadas, face ao quantitativo ínfimo enviado ao Estado de São Paulo".
O secretário de Saúde de São Paulo lista a quantidade de quatro bloqueadores neuromusculares, além de três fármacos para sedação e um remédio para analgesia. Segundo Gorinchteyn, as quantidades seriam o mínimo necessário para abastecer 643 hospitais nos próximos dez dias.
Sem IFA para produção da CoronaVac
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que não há Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para cumprir a entrega combinada com o governo federal. O contrato previa que fossem produzidas 46 milhões de doses da CoronaVac, disponibilizadas para o Plano Nacional de Imunização.
A previsão é que a próxima entrega de IFA aconteça no dia 20, mas Dimas Covas afirma que há a expectativa que o lote com 6 mil litros de insumo seja adiantado. “Ele chega até o dia 20, estamos com expectativa que ele chegue antes. E vamos começar a produção rapidamente”, afirmou.
Há ainda um segundo lote de IFA, também de 6 mil litros, que é esperado. O material está pronto, mas ainda não há autorização para importação.
Nesta quarta-feira (14), o Butantan entregou 1 milhão de doses, totalizando 40,7 milhões de vacinas produzidas. Em abril, foram produzidas 4,5 milhões de doses da CoronaVac, entregues ao governo federal.
A previsão era que até 30 de abril fossem entregues 46 milhões de doses ao PNI. Até agosto, devem ser entregues 100 milhões de doses da CoronaVac, produzidas pelo Instituto Butantan.