Scarpa, Mayke, Willian e criptoativos: o que já se sabe sobre os investimentos que foram parar na Justiça
Uma história de prejuízos milionários por investimentos em criptoativos que reúne três ex-companheiros de Palmeiras foi parar na Justiça. Gustavo Scarpa, hoje no Nottingham Forest (Inglaterra) e Mayke, que segue no alviverde, ingressaram com ações na Justiça tentando reaver valores que alegam ter investido na empresa Xland Holding sob indicação da WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, da qual Willian, hoje atacante do Fluminense, é um dos sócios. Direto ao ponto, o que já se sabe sobre o caso:
Mayke e Gustavo Scarpa, ex-companheiros de Palmeiras, processam a Xland Holding e outras duas empresas após investimentos no mercado de criptoativos
a Xland teria sido indicada pela WLJC Consultoria, empresa da qual Willian "Bigode", ex-companheiro da dupla no Palmeiras (e hoje no Fluminense) é um dos sócios
O processo envolve a WLJC e uma terceira empresa, a Soluções Tecnologia Eireli, que realizou a intermediação dos pagamentos
Em nota, a WLJC diz que apenas prestou informações, mas que os investimentos e as questões contratuais foram diretas entre Mayke, Scarpa e Xland
A empresa diz ainda que Willian "se sente vítima da Xland" e teve prejuízo de R$ 17,5 milhões
Scarpa pede R$ 5.360.000, decrescido de multa contratual em relação ao valor investido, de R$ 6,3 milhões. A defesa do jogador tenta anular ou diminuir o valor dessa multa
Mayke pede R$ 4.583.789,31 em ressarcimento pelos investimentos mais R$ 3.250.443,30 por questões de rentabilidade, em números divulgados pela emissora ESPN.
Scarpa e Mayke ingressaram com ações judiciais que envolvem três empresas: a Xland, na qual fizeram investimentos, a WLJC Consultoria, que os dois alegam que realizou a indicação à primeira, além da Soluções Tecnologia Eireli, que realizou a intermediação dos pagamentos. Em boletim de ocorrência registrado em novembro do ano passado, os jogadores relataram ter recebido uma promessa de retornos de 3,5% a 5% e que investiram “por indicação e confiança depositada" em Willian. Scarpa, que aportou R$ 6,3 milhões, pediu rescisão do contrato e cobra o ressarcimento dos valores. Mayke relata ter investido R$ 4.083.000 e não ter conseguido sacar os valores de rentabilidade.
Os processos da dupla correm em Varas Cíveis diferentes em São Paulo. Em sua ação, Scarpa cobra rescisão do contrato e pleiteia o valor de R$ 5,36 milhões, decrescido de multa contratual em relação ao valor investido. A defesa do jogador tenta anular ou diminuir o valor dessa multa. Mayke, por outro lado, estaria cobrando R$ 4.583.789,31 em ressarcimento pelos investimentos mais R$ 3.250.443,30 relacionados à rentabilidade, em números divulgados pela emissora ESPN.
Em nota enviada à mesma emissora, a WLJC alegou que Willian também "se sente vítima" e teria sofrido prejuízos em investimentos da Xland no valor de R$ 17,5 milhões. A empresa diz que, apesar de prestar serviço de planejamento financeiro para Mayke, não atua como corretora. Ainda segundo o posicionamento, a empresa só prestou informações sobre a Xland e toda "relação contratual envolvendo o investimento em criptoativos" foi feita diretamente entre Mayke, Scarpa e a Xland.
Pedido de ação no Acre
A Xland Holding já foi alvo de pedido de ação do Ministério Público do Acre (MPAC) para investigar um possível esquema de pirâmide financeira. Em outubro do ano passado, o promotor de Justiça Flávio Bussab Della Líbera, titular da 1ª Promotoria Especializada de Defesa do Consumidor, assinou pedido de ação civil pública envolvendo a companhia, especializada em criptomoedas, e que tem uma de suas filiais em Rio Branco, capital do estado.
Segundo nota do MPAC da época, relatórios do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) e do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB) constataram indícios de “esquema de Ponzi”, uma promessa de lucros acima do padrão aos investidores que seriam pagos com o capital de novos investidores, sem geração de receita.
O GLOBO tentou contato com a Xland Holding e deixa o espaço aberto para posicionamento e demais esclarecimentos.