Seca na França: país deve desenvolver estratégias para garantir segurança hídrica e proteger agricultura

AFP - NICOLAS TUCAT

Após ter passado pelo verão mais quente de sua história, em 2022, a França atravessa o inverno mais seco dos últimos 50 anos. O déficit de 30% de chuvas gera temores de que falte água no país no próximo verão. Na opinião de especialistas, com as mudanças climáticas, as secas devem se tornar mais frequentes nos próximos anos, com impacto importante na produção de alimentos.

Ana Carolina Peliz, da RFI

Por ser o país europeu com a maior produção agrícola, a França deve desenvolver estratégias para se adaptar à nova realidade e garantir sua segurança hídrica. A falta de chuvas levou o governo francês a decretar medidas de restrição do uso de água em algumas regiões e pedir aos franceses que reduzam seu consumo.

De acordo com especialistas da Météo France, o serviço meteorológico francês, a situação pode se tornar crítica se a primavera — que começa em março no Hemisfério Norte — e o verão forem secos e quentes como no ano passado. Para amenizar a falta de chuvas de fevereiro, que foi um mês especialmente seco, seria necessário que março tivesse o dobro de precipitações que o normal, o que não está previsto, informa a Météo France.

Com o volume dos rios muito abaixo do normal, o governo francês decidiu tomar medidas preventivas. O ministro francês da Transição Ecológica, Christophe Béchu, colocou 12 departamentos em alerta. Em seis deles, no sudeste do país (Ain, Bouches-du-Rhône, Pirineus Orientais, Var, Drôme e Ardèche), foram impostas restrições ao uso da água, com proibição de regar plantas, irrigar plantações, além de encher piscinas e lavar carros.

As medidas entram em vigor a partir desta sexta-feira (10), de maneira precoce, antes mesmo do fim do inverno.

Segurança hídrica


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