Segundo dia seguido de operação na Maré fecha colégios estaduais, clínica da família e deixa 41 escolas municipais com atendimento remoto

O Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, é alvo de uma operação policial pelo segundo dia consecutivo, nesta sexta-feira. De acordo com a Polícia Militar, equipes dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Ações com Cães (BAC) estão nas comunidades Parque União e Nova Holanda. Não há informações sobre tiroteio, feridos e apreensões. Por causa da ação, 41 unidades da rede municipal de ensino na região suspenderam as atividades presenciais e prestam atendimento remoto aos alunos. Já a Secretaria estadual de Educação informou que o CE Professor João Borges e o Ciep 326 Professor César Pernetta tiveram as aulas suspensas "em virtude da insegurança".

A Clínica da Família Jeremias Moares da Silva também fechou as portas nesta sexta. De acordo com a Secretaria municipal de Educação, a unidade "acionou o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interrompeu o funcionamento".

Já o Centro Municipal de Saúde Vila do João e a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos mantêm o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.

Relatos de moradores em redes sociais mostram preocupação com a presença de policiais na Maré. "Segundo dia de operação na Maré. Ninguém trabalha, ninguém estuda. É muita sacanagem", escreveu um usuário do Twitter.

Ontem, quinta-feira, uma operação da Polícia Civil no complexo de favelas interrompeu o funcionamento de escolas e algumas unidades de saúde. Pelo Twitter, o portal Voz das Comunidades mostrou crianças deitadas no chão de uma escola para se protegerem de tiros.

Em uma outra publicação, um professor da rede pública fez um duro relato: "Estamos aqui dentro, ilhados sem apoio nenhum da SME (Secretaria municipal de Educação). As crianças estão muito estressadas, tem criança chorando, com dor de barriga... completa falta de respeito".

Na ação, que, segundo a Polícia Civil visava a evitar um confronto entre facções que atuam na Maré, quatro homens foram presos. Houve apreensão de armas, drogas, radiotransmissores, munição e balança de precisão.