Sem fundo, Zeca do PT demite funcionários e não paga rescisões

CATIA SEABRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Recém-eleito para a presidência do PT do Mato Grosso do Sul, o ex-governador e deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, demitiu oito dos nove funcionários do diretório estadual do partido. As demissões ocorreram no dia 3. Acusado de calote pelos funcionários, ele alega que o partido não tem recursos para cobrir a folha de pagamento -de cerca de R$ 30 mil mensais- porque a parcela do Fundo Partidário, de R$ 70 mil, está retida por decisão judicial desde abril. Segundo Zeca do PT, o partido sobrevive basicamente da contribuição dos quatro deputados federais, de R$ 12 mil por mês. Eleito em junho, ele diz também que herdou dívida superior a R$ 600 mil com folha de pagamentos, incluídos salários e encargos. Ainda segundo, as contas de luz, água, aluguel e internet estão todas atrasadas. "Não pagamos porque não temos dinheiro. Estamos renegociando", disse ele, acrescentando que desde 2015 o PT não pagava as contribuições ao INSS. Desempregados, os ex-funcionários afirmam em manifesto que Zeca do PT não pratica o discurso petista, expresso em manifestações contra a reforma trabalhista. "O ex-governador o Zeca do PT parece estar em outro mundo bem diferente do que vive a presidente nacional do Partido, a senadora Gleisi Hoffmann. Enquanto ela ocupou a Mesa Diretora do Senado na tentativa de evitar a aprovação da Reforma Trabalhista, cena que marcou o auge da luta das mulheres guerreiras naquela Casa em favor dos trabalhadores contra o sepultamento da CLT, ele faz demissão em massa e, pior, dá o calote nos direitos trabalhistas dos funcionários", diz o documento. A Justiça eleitoral determinou o bloqueio do repasse do fundo partidário petista por um ano, até abril de 2018, devido a erros na prestação de contas da campanha de Zeca do PT ao governo do Estado em 2010. Como o partido assumiu as dívidas da campanha de Zeca, agora ele que terá de obter recursos para cobri-las. "O pior que teremos de cobrir as dívidas de campanha do Delcídio também", lamentou.