Tocantins contrata Safadão por R$ 630 mil para show pago com emendas parlamentares
Resumo da Notícia:
Wesley Safadão está com a agenda fechada para se apresentar no Tocantins na próxima semana
O show, promovido pelo governo estadual, teve recursos arrecadados via emendas parlamentares
O cantor será a principal atração do evento que promove a agropecuária do Estado
O show que Wesley Safadão tem agendado para a próxima quinta-feira (12), na Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2022), está ameaçado. Isso porque o Ministério Público do Estado está de olho na origem do dinheiro destinado a pagar o cachê cobrado pelo artista.
Segundo informações publicadas pelo site G1, o órgão entrou com uma ação na Justiça Estadual pedindo a suspensão da apresentação, que é o ponto alto da 22ª edição da feira. O artista cobrou R$ 630 mil para se apresentar no evento.
O imbróglio é que o valor foi ‘arrecadado’ juntando valores de emendas parlamentares de deputados do estado. A ação foi movida pelo promotor Vinícius de Oliveira e Silva, da 9ª Promotoria de Justiça de Palmas. Ele argumenta que o Estado tem outras necessidades para o uso do valor antes do pagamento de cachês elevados.
“Diante da situação de enorme insuficiência financeira vivenciada pelo Estado do Tocantins, que sequer vem conseguindo custear e manter os serviços básicos essenciais, a exemplo da área de saúde, educação e segurança pública, não se justifica o custeio de despesas extravagantes, como pagamento de shows artísticos de altíssimo valor, como forma de assegurar a manutenção do núcleo básico que qualifica o mínimo existencial em áreas essenciais", diz Vinícius de Oliveira.
O Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, em contrapartida, avalia que o processo de contratação é legal. “A contratação preenche todos os requisitos legais, tendo sido realizada com recursos de emendas parlamentares, destinadas com o objetivo de fomentar o turismo de negócios no Tocantins”, afirmam.
Nas últimas semanas, um show de Daniela Mercury em São Paulo deu o que falar. O cachê de R$ 160 mil foi garantido com emendas de vereadores da capital, mas não foi depositado porque, no mesmo palco que ela cantou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou e a apresentação foi apontada como um “showmício”, que é proibido pela legislação.