Sinal de futura derrota para a Rússia, Exército ucraniano inicia retirada de civis de Bakhmut
A situação é extremamente tensa em Bakhmut, no leste da Ucrânia, onde o grupo paramilitar Wagner está cada vez mais perto de seu objetivo de tomar a cidade que se tornou símbolo do conflito entre Kiev e Moscou. Debaixo de bombardeios, as operações para a retirada de civis se multiplicam, gerenciadas pelo Exército ucraniano.
Com informações de Vincent Souriau e Julien Boileau, enviados especiais da RFI a Rai-Oleksandrivka, e da AFP
O município de Rai-Oleksandrivka está a 30 quilômetros de Bakhmut. Na chegada da reportagem da RFI ao local, uma equipe do SBU, o serviço de inteligência militar da Ucrânia, foge das perguntas.
Eles revelam, no entanto, que acabaram de participar de uma reunião com Galina, a líder do vilarejo. Para ela, a presença dos militares no local mostra que "alguma coisa está mudando".
Segundo Galina, nesta área do leste da Ucrânia, a retirada de moradores pelo exército ucraniano era, até o momento, inédita. "As pessoas estavam indo embora por conta própria", diz.
A líder de Rai-Oleksandrivka reitera que o vilarejo servirá de local de passagem. "Estamos esperando crianças e famílias que chegarão de Bakhmut e arredores. Os militares os escoltarão até aqui. Em seguida, eles serão transferidos, mas ainda não sei para onde, provavelmente para outras regiões da Ucrânia mais seguras", prevê.
Rússia fecha o cerco
Militares que atuam no local confirmam as dificuldades. "Apesar de sofrer baixas significativas, o inimigo enviou as unidades de ataque mais bem preparadas do grupo Wagner para tentar romper as defesas das nossas tropas e cercar a cidade", indicou o comandante das forças terrestres ucranianas Oleksandr Syrskyi.
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