SP tem novo recorde e registra 1.193 novas mortes por Covid-19 em 24 horas; é a 2ª vez na semana com mais de mil mortes em um dia
Estado de São Paulo registrou 1.193 novas mortes causadas pela Covid-19, novo recorde em um dia
É a segunda vez nesta semana que São Paulo tem mais de 1.000 mortes em um único dia
Estado tem 1.500 pessoas na fila de espera da UTI; leitos estão com 92,3% de lotação
O estado de São Paulo registrou 1.193 novas mortes em decorrência da Covid-19, nesta sexta-feira (26), de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde. A marca é o novo recorde de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia e a segunda vez na semana que o estado registra mais de 1.000 mortes em um único dia.
Há apenas três dias, na terça-feira (23), o então recorde era de 1.021 mortes em um dia. Com as novas mortes, agora, apenas o estado de São Paulo totaliza 70.696 óbitos causados pelo coronavírus e 2.392.374 pessoas infectadas pela doença.
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A média móvel agora é de 557 mortes diárias. O estado de São Paulo está há 25 dias com tendência de alta nas mortes.
Os novos registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram computadas no sistema neste período.
Para se ter ideia da dimensão do número de mortes, em 23 de janeiro deste ano, a média móvel de óbitos causados pela Covid-19 em todo Brasil foi de 1.021. Esse tipo de média leva em consideração dados dos últimos sete dias para corrigir distorções provocadas pelas variações nos registros.
Do dia 22 de janeiro para o dia 23 de janeiro, o país havia registrado 1.176 novas mortes, de acordo com o consórcio de veículos de comunicação a partir dos registros das secretarias estaduais de Saúde.
Leitos de UTI lotados
O Estado de São Paulo registrou nesta quarta-feira (24) mais de 30 mil pessoas hospitalizadas devido à Covid-19: são 30.359 internados, sendo 12.588 pacientes em leitos de Terapia Intensiva e 17.771 em enfermaria.
Além disso, também na quarta, o estado registrou o recorde de ocupação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com 92,3%, nunca antes atingida, sendo de 92,2% na Grande São Paulo, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Houve também 20.395 novas infecções confirmadas desde terça (23).
Para se ter ideia da evolução da doença, na segunda-feira (22), a ocupação média de UTIs era a 91,9% no estado de São Paulo. No final de maio do ano passado, o momento que era considerado o mais grade da pandemia, a taxa ficou em 77,2%.
Fila de espera na UTI
O estado de São Paulo tinha, até a noite desta quinta-feira (25), 1,5 mil pessoas com Covid-19 na fila de espera por um leito de UTI, de acordo com dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde).
Na capital paulista, a Prefeitura de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (25) a morte de mais duas pessoas que estavam na fila de espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na capital paulista.
Com os dois novos óbitos confirmados, chega a quatro o número de pacientes vítimas da Covid-19 que morreram à espera de leitos intensivos na capital.
Na cidade de São Paulo, ao todo, 606 pessoas estavam à espera de um leito de UTI até terça-feira (23) na capital e na região Metropolitana de São Paulo. No dia 13 de março, Renan Ribeiro Cardoso, de 22 anos, foi a primeira pessoa a morrer na capital por falta de um leito de UTI.
Covid-19 na Região Metropolitana
Na região metropolitana, 146 pessoas morreram à espera de um leito. Segundo o Conselho de Secretários Municipais de Saúde, 115 cidades estão em situação crítica e, em menos de uma semana, vai faltar oxigênio em oito cidades: Biritiba Mirim, Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha, Jandira, Juquitiba, Poá e Suzano.
Número de mortos da pandemia poderá mais do que dobrar
O número de mortos da pandemia poderá mais do que dobrar no segundo semestre no Brasil, se a vacinação continuar no ritmo atual. No entanto, se 50% da população brasileira for vacinada contra Covid-19 até junho, 150 mil mortes poderão ser evitadas, assim como uma terceira onda.
Os dados são de uma projeção realizada por meio de um modelo matemático, testado com sucesso na primeira onda em São Paulo e que teve a metodologia publicada na revista Nature Communications, com ampla repercussão.
Desenvolvido pelo grupo do matemático Osmar Pinto Neto, da Universidade Anhembi Morumbi, em São José dos Campos, o modelo projeta cenários de como a pandemia vai evoluir nos próximos meses no país. Ele leva em conta tanto a propagação da variante P1 do Sars-CoV-2, considerada mais transmissível, quanto a vacinação.
Nova vacina contra a Covid, a ButanVac
Na manhã desta sexta-feira (26), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciaram o desenvolvimento da ButanVac, uma vacina contra a covid-19 feita 100% no Brasil.
O desenvolvimento da ButanVac começou há um ano, em 27 de março de 2020, a pretende começar a vacinar com o imunizante ainda em 2021. A tecnologia da nova vacina é a mesma usada para produção da vacina da gripe.
Até o momento, foram feitos estudos pré-clínicos da vacina, ou seja, apenas em animais. Nesta sexta, o Butantan vai enviar à Anvisa o pedido de autorização para iniciar os testes em pessoas. Também serão enviados documentos referentes à vacina para a Organização Mundial da Saúde.
O objetivo é que, em abril, com a autorização da Anvisa, o Butantan possa começar a nova etapa de testes, com as fases 1 e 2.