Ainda mais grandiosa, Stranger Things chega dividida em duas partes e consolida aposta da Netflix em novo formato

Imagem mostra logo da Netflix em tela de TV (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse/Illustration)
Imagem mostra logo da Netflix em tela de TV (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse/Illustration)

2022 nĂŁo tem sido um ano simples para a Netflix. Com açÔes em queda, a companhia anunciou corte de gastos, novos tipos de assinaturas, apostas em novos tipos de conteĂșdo e administração atĂ© a queda da moral dos prĂłprios colaboradores. Neste turbilhĂŁo, chega ao catĂĄlogo a quarta temporada da maior marca da empresa: Stranger Things.

Mesmo que outros tĂ­tulos tenham conseguido boa audiĂȘncia, a nova aventura de Eleven e companhia chega com a responsabilidade de tomar conta do falatĂłrio no entretenimento e, para isso, a Netflix consolida a estratĂ©gia de lançar temporadas divididas - a primeira parte chega em 27 de maio, a segunda no dia primeiro de julho. No total, serĂŁo 9 episĂłdios, 7 liberados em maio e os outros dois em seguida.

Elenco de Stranger Things em Los Angeles, em janeiro de 2020 (Foto: REUTERS/Monica Almeida)
Elenco de Stranger Things em Los Angeles, em janeiro de 2020 (Foto: REUTERS/Monica Almeida)

Lupin, Ozark e La Casa de Papel fizeram o mesmo tipo de lançamento. Mas qual Ă© o intuito da Netflix com isso, jĂĄ que a maratona sempre foi chave para o sucesso de seus produtos? Entre outras razĂ”es, a principal talvez seja se manter na conversa. Com a enxurrada de concorrentes, fica complicado ser o Ășnico streaming no papo de WhatsApp ou na mesa de bar - desta forma, ela ameniza o prejuĂ­zo de ter todo mundo falando dos seus produtos por "apenas" uma semana.

Essa talvez seja a mais simples e Ăłbvia das constataçÔes, outra, porĂ©m, menos afeita Ă s manchetes Ă© a busca pela retenção da audiĂȘncia. Stranger Things nunca foi tĂŁo grande, todos os episĂłdios tĂȘm mais de uma hora e o Ășltimo vai bater a casa dos 150 minutos, enquanto os dois anteriores passam de 90. Para quem disputa com streamings e ao mesmo tempo com games, YouTube e outras redes sociais, a minutagem Ă© tĂŁo ou mais importante que o nĂșmero de visualizaçÔes. É o que mantĂ©m o engajamento e a comunidade ativa.

O problema maior Ă© como manter qualidade ao mesmo tempo que cumpre essas exigĂȘncias, pois o quarto ano de Stranger Things, mesmo que seja o maior, mais bem produzido e ousado em termos visuais, nĂŁo chega perto da excelĂȘncia que a sĂ©rie teve na primeira temporada, ou mesmo da boa qualidade da terceira. Muito se deve Ă  gordura de roteiro, que lida com duas tramas e leva nove horas para resolver questĂ”es que antes eram solucionadas em 1h30. É difĂ­cil dizer que ainda nĂŁo Ă© divertido acompanhar as crianças de Hawkins, mas certamente jĂĄ nĂŁo Ă© tĂŁo agradĂĄvel quanto antes - tal qual navegar pela Netflix.

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