Sunak viaja à Irlanda do Norte para defender acordo comercial com a UE

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, viajou nesta terça-feira (28) à Irlanda do Norte para tentar obter o apoio das forças políticas locais para o acordo comercial anunciado na véspera com a UE, que visa favorecer o comércio nesta província britânica.

Sunak e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentaram o novo acordo na segunda-feira como um marco "histórico" na Irlanda do Norte, uma província britânica que faz fronteira com a República da Irlanda, membro da UE.

"Este acordo fará uma enorme diferença" para as empresas e consumidores da Irlanda do Norte, disse Sunak na manhã desta terça-feira à BBC.

O novo acordo atualiza o chamado protocolo da Irlanda do Norte negociado em 2020 pelo ex-primeiro-ministro Boris Johnson, por ocasião da saída do Reino Unido da União Europeia.

Esse protocolo manteve a Irlanda do Norte dentro do mercado único europeu de bens e mercadorias, com o objetivo de evitar uma fronteira terrestre "dura" com a vizinha República da Irlanda.

O principal problema era que impunha controles alfandegários sobre os produtos do resto do Reino Unido. Com o novo compromisso, apenas as mercadorias suscetíveis de serem exportadas para a República da Irlanda serão submetidas aos controles.

Produtos destinados apenas à Irlanda do Norte não estarão sujeitos a esses controles.

O governo britânico sustenta, assim, que o acordo, duramente negociado com a UE, permitirá dinamizar as trocas comerciais com a província da Irlanda do Norte.

Sunak tem agora o desafio de convencer a ala direita do seu Partido Conservador, e também o Partido Unionista Democrático (DUP), que se opõe a qualquer movimento que ponha em causa a adesão da Irlanda do Norte ao Reino Unido.

Os unionistas bloquearam o governo local por um ano, exigindo que o protocolo fosse abandonado, e recusam a aplicação de fato da lei da UE na Irlanda do Norte.

O líder do DUP, Jeffrey Donaldson, disse à BBC nesta terça-feira que o acordo "aborda em parte as preocupações" existentes, embora "existam questões que continuamos discutindo com o governo e com as quais levaremos nosso tempo".

Um dos possíveis obstáculos é justamente o papel que o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) mantém na administração do novo acordo comercial.

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