Surfista diz que tentou salvar menino de 7 anos que desapareceu no mar: 'Eu tentei de tudo'

O surfista Ângelo Lopes conta que tentou salvar o menino de 7 anos segue desaparecido que desapareceu no mar nesta terça-feira no Recreio, na Zona Oste. "Eu tentei entrar no mar para pegar a criança, mas vinha muita onda. Ela [criança] foi jogada contra as pedras e eu nĂŁo vi mais", relatou. Bombeiros continuam fazendo buscas pela criança. A mĂŁe do garoto acompanha o trabalho das equipes desde ontem. Muito abalada, ela quis falar com a imprensa. A famĂ­lia Ă© de SĂŁo Paulo e veio passar as fĂ©rias no Rio.

— Eu estava em um quiosque e vi umas pessoas pedindo por socorro. Imediatamente peguei meus pĂ©s de pato e pedi para que ligassem para os bombeiros. Quando entrei no mar, vi trĂȘs pessoas: um rapaz que estava na boca do canal, alĂ©m de uma mulher e um garotinho que estavam de frente para as pedras. Eu tentei entrar para pegar a criança, mas vinha muita onda. Ela [criança] foi jogada contra as pedras e eu nĂŁo vi mais. Imagino que o menino esteja na parte debaixo dessas rochas. Eu tentei de tudo, mas nĂŁo consegui salvĂĄ-lo — lamenta.

Após caírem no mar, os dois adultos foram resgatados: a avó e o tio da criança. De acordo com o major do Corpo de Bombeiros Flåvio Contreiras, a mulher é Suzete Oliveira, de 55 anos, que foi levada de helicóptero para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul. Segundo Contreiras, ela teria engolido bastante ågua.

— A classificação dela Ă© considerada bem grave por ter aspirado bastante lĂ­quido. A pessoa quando nĂŁo sabe nadar acaba afundando. Ela bebe [ĂĄgua] e tambĂ©m entra ĂĄgua no pulmĂŁo. Com a ondulação, ela volta para a superfĂ­cie e tenta respirar. Os guarda-vidas viram esse momento de ela tentando sair, e a socorreram. As equipes entraram nadando e pediram apoio das motos aquĂĄticas — relatou.

A outra vítima é Guilherme Oliveira, de 20 anos. Ele foi encaminhado de ambulùncia ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e seu estado é eståvel.

O oficial explicou ainda que os trĂȘs estavam na areia entre duas pedras do Canal da Macumba.

— Ali Ă© um local que jĂĄ tem vala fixa e bastante pedra. Sabemos que hĂĄ muitos acidentes, por isso deixamos a bandeira vermelha informando sobre o risco, recomendando que nĂŁo se tome banho ali. Eles estavam na areia e as ondas os arrastaram. Como o volume de ĂĄgua aumentou muito, provavelmente eles ficaram sem apoio nos pĂ©s e foram levados pela correnteza — ressaltou.

Desde janeiro deste ano, o Corpo de Bombeiros jĂĄ registrou cerca de 11 mil ocorrĂȘncias em orlas do Rio de Janeiro. Na regiĂŁo do Recreio dos Bandeirantes, foram 1.128 resgates de pessoas que afogadas atĂ© este mĂȘs.

Segundo Contreiras, o bairro Ă© considerado o terceiro lugar com mais afogamentos em todo estado, atrĂĄs da ĂĄrea de Copacabana, na Zona Sul, que abrange ainda praias de Ipanema, Leblon e Leme, e da Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

Contreiras disse também que as buscas superficiais seguem até a madrugada.

— A estrutura para a equipe fica permanente. Os guarda-vidas podem utilizar motos aquáticas e quadriciclos. Os trabalhos continuam, eles não são interrompidos para esse tipo de acidente — informou.

Ele alertou que os banhistas procurem sempre um salva-vidas para se orientar e saber qual Ă© o lugar mais seguro de entrar na ĂĄgua. — Todos tambĂ©m devem respeitar as bandeiras de sinalização, e as placas. NĂłs recomendamos que as crianças fiquem sempre prĂłximas de um adulto, com pelo menos um metro de distĂąncia — finalizou.

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