Suspeito de mandar matar grávida assistiu vídeo em que ela foi baleada na noite do crime
As investigações sobre a morte de Letycia Peixoto Fonseca, grávida de oito meses alvejada em Campos dos Goytacazes na última semana, tiveram acesso ao histórico de pesquisas do aparelho celular de Diogo Viola de Nadai, companheiro da vítima e apontado como pai do bebê esperado por ela. Pelo navegador de internet, o suspeito de envolvimento na morte da companheira acessou o vídeo em que Letycia é baleada, por meio de um site de notícias na noite do crime.
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De acordo com o inquérito ao qual O GLOBO teve acesso, Diogo entrou no site "Campos 24 horas" e acessou o vídeo em que a companheira é baleada na noite do último dia 2, a mesma em que Letycia foi morta. Já na manhã seguinte, ele acessou o site "Campos ocorrências", para mais uma vez acessar notícia sobre a morte de Letycia.
O histórico do aparelho, que pôde ser acessado depois de Diogo fornecer a senha do aparelho, também mostram pesquisas sobre resetaria o celular ou a sua nuvem, o que, segundo o documento da Polícia Civil, confirmaria "que queria excluir alguma prova que tivesse em seu celular e levasse a sua incriminação".
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O conteúdo verificado por agentes da 134ª DP (Campos) também encontraram as seguintes buscas: "tristeza não tem fim", "não sei o que fazer" e "vontade de morrer o que significa".
Diogo Viola de Nadai foi preso temporariamente nesta terça-feira. Ele é suspeito de ser o mandante do crime. Além dele, outros quatro homens também estão presos suspeitos de participação na ação, como o piloto da moto usada no momento em que se atirou em Letycia, o garupa, o proprietário do veículo e um intermediário.
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Letycia foi morta na porta da casa de sua tia, em Campos, enquanto deixava ela e sua mãe. As três tinham ido visitar o apartamento para o qual a grávida estava de mudança e, na volta, Letycia dormiria na casa da mãe, que fica na mesma rua. A vítima, que estava ao volante, foi alvo de tiros do garupa da moto e morreu na chegada ao hospital.
Hugo, o bebê esperado por ela, nasceu com vida após uma cesariana de emergência, mas também morreu na manhã seguinte. A mãe de Letycia, Cintia Pessanha Fonseca, que também é testemunha do caso, tentou reagir e partiu para cima dos criminosos, levou um tiro na coxa esquerda e precisou ser hospitalizada, mas passa bem.