Talibã: Após reunião do Conselho de Segurança, ONU pede Afeganistão livre de 'organizações terroristas'
Conselho de Segurança da ONU realizou reunião emergencial para tratar da volta do Talibã ao poder no Afeganistão
Secretário-Geral pediu ação conjunta para evitar ação de "organizações terroristas" no país
País vive clima de tensão em meio a fuga em massa de civis da capital Cabul
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta segunda-feira (16) a todos os países que trabalhem em conjunto para "suprimir a ameaça terrorista mundial no Afeganistão".
"A comunidade internacional deve se unir para garantir que o Afeganistão nunca mais seja usado como plataforma ou refúgio de organizações terroristas", disse Guterres durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a crise afegã.
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A reunião foi convocada às pressas na sede em Nova York depois que os militantes talibãs entraram na capital Cabul no domingo, o que levou o presidente afegão Ashraf Ghani a fugir para o exterior.
"Faço um apelo ao Conselho de Segurança e à comunidade internacional em seu conjunto para que se mantenham unidos, trabalhem juntos e atuem juntos", acrescentou Guterres.
Ele pediu às nações para "usarem todas as ferramentas à sua disposição para suprimir a ameaça terrorista global no Afeganistão e garantir o respeito dos direitos humanos básicos".
Os comentários de Guterres chegam em um momento em que os combatentes talibãs, vitoriosos, patrulham Cabul após um surpreendente e rápido final da guerra de 20 anos no Afeganistão.
Milhares de pessoas lotaram o aeroporto da cidade tentando fugir da temida linha dura de um regime islâmico tradicional do grupo. Nesse sentido, Guterres disse que os afegãos "merecem todo o nosso apoio".
"Os próximos dias serão cruciais. O mundo está de olho. Não podemos nem devemos abandonar o povo do Afeganistão", expressou.
Guterres alerta para defesa dos direitos humanos
Guterres pediu à comunidade internacional para "falar com uma só voz para defender os direitos humanos no Afeganistão". Ele destacou que é "essencial que os direitos das mulheres e meninas afegãs, que tanto custaram, sejam protegidos".
Também pediu aos talibãs "que respeitem e protejam o direito internacional humanitário e os direitos e liberdades de todas as pessoas" em seu país.
O Reino Unido foi um dos países que insistiu que o Talibã "cumprisse suas promessas de proteger e defender os direitos humanos, incluindo os das mulheres, meninas e minorias".
"Se os talibãs continuarem abusando dos direitos humanos básicos, eles não podem esperar desfrutar de qualquer legitimidade aos olhos do povo afegão ou da comunidade internacional", disse o representante permanente adjunto, James Kariuki.
Durante a reunião, o embaixador do Afeganistão na ONU, Ghulam M. Isaczai, exortou as nações a "declarar inequivocamente" que não reconheceriam um governo talibã.
A China disse que está disposta a manter relações "amigáveis e cooperativas" com o próximo governo afegão, enquanto Moscou confirmou que "estabeleceu contatos de trabalho com representantes das novas autoridades".
O Paquistão reclamou que a Índia, que atualmente detém a presidência rotativa do Conselho, rejeitou seu pedido de falar na reunião.
***Da AFP