Yahoo Notícias Taxa Selic sobe para 10,75%, chegando a dois dígitos após 4 anos
Chamada de taxa básica de juros, a Selic é utilizada na hora de definir os demais juros bancários;
Esta é a primeira vez que a Selic passaria dos dois dígitos desde junho de 2017;
Especialistas acreditam que taxa pode chegar a 11,75% em março de 2022.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou a nova taxa básica de juros - a Selic - para 10,75%. A medida, que orienta as taxas de juros praticadas no mercado e torna o crédito mais caro, chega ao seu oitavo aumento seguido. A justificativa, segundo o BC, é conter a inflação.
Conforme lembra o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, o que fica mais caro é o financiamento. “A compra de um apartamento, a compra de um carro, o financiamento de um bem durável, o empréstimo consignado, o empréstimo no cartão de crédito, o cheque especial, já que a taxa básica de juros era ela orienta as taxas de juros praticadas no mercado. Se ela subir, todas as outras taxas que viabilizam crédito ficam também mais altas”, explica.
Graziela Fortunato, especialista em finanças pessoais e coordenadora do nosso MBA em Finanças Corporativas do IAG - Escola de Negócios PUC-Rio, exemplificou com uma simulação de compras para o Yahoo Finanças. "Para fazer uma análise rápida e simples, imagine um veículo de R$100.000 para pagamento a prazo em 12 meses. No mínimo, o comprador está pagando R$10.750 a mais que o valor inicial no final do período de 12 meses. No entanto, a conta é maior que essa, pois qualquer bem adquirido através de empréstimos e financiamentos, a taxa de juros que vigora nas instituições financeiras é bem maior que a Selic", explica.
A especialista reforça que o momento não é recomendado adquirir empréstimos. O momento é para poupar e não gastar.
A importância da Selic
A taxa de juros definida pelo Copom serve como instrumento do Banco Central para tratar a questão da inflação. Em tempos de subida de preços acelerada, como estamos vivendo, o BC, aumenta os juros. Isso, na teoria, encarece o crédito e desestimula o consumo, o que pode levar a um alívio na inflação.
Do outro lado da moeda, caso o BC queira estimar a economia com consumo, investimentos etc, ele corta a taxa Selic.
