Terremoto: Brasileira relata 'calamidade total' em hospitais na Turquia
A embaixada do Brasil na Turquia pediu recursos ao Itamaraty para disponibilizar auxílio aos brasileiros afetados.
O terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sul da Turquia e o norte da Síria, nesta segunda-feira (6), deixou os hospitais turcos em situação de ‘calamidade total’, é o que afirma uma brasileira que mora no país.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, brasileiros estão entre os desabrigados na Turquia, mas até o momento não há informação sobre mortos. O monitoramento é contínuo, já que ainda há milhares de pessoas desaparecidas.
Diante da situação, a embaixada do Brasil na Turquia afirmou que pediu recursos ao Itamaraty para disponibilizar auxílio aos brasileiros afetados.
A brasileira Renata Luz Gularan está em um abrigo na cidade turca de Dörtyol, em Hatay. Ela é do Sul de Minas Gerais e mora na Turquia há sete anos. Ela se mudou depois de casar com um bombeiro turco aposentado. Em entrevista à Rádio BandNews FM, ela contou que está com medo de voltar para casa.
“Tem família para trás com cobertas, deitadas. Agora, [seguras] graças a Deus. A cidade teve vários prédios que caíram. Nos hospitais tem calamidade total. Agora é esperar. As casas e prédios que têm trincas não podem voltar a ser ocupados”, conta.
Ana Beatriz Correa, jogadora de vôlei, medalhista de prata com a seleção feminina na Olimpíada de Tóquio, joga no Kuzeyboru, da cidade de Aksaray, a cerca de quatrocentos quilômetros do epicentro do terremoto em Gaziantepe.
De acordo com ela, apesar do susto com o tremor e a sequência de réplicas, ela está bem. No momento, a jogadora e as colegas de time estão abrigadas em um hotel da capital Ancara.
“Um desespero para colocar roupa. Um nervoso de não conseguir vestir a calça. Fomos para a casa do nosso técnico que era em um apartamento mais novo, mais seguro. Só que a gente chegou lá e a parede rachou. Então, a gente teve que sair também, de novo. E aí o time tomou a decisão de que vamos ficar aqui em Ancara por uma semana. Está tendo uma sequência [de terremotos]. Por segurança vamos ficar aqui que não está tendo terremoto, em um hotel muito seguro”, diz.
Segundo o setor consular em Ancara, capital da Turquia, há cerca de 350 brasileiros registrados — um número maior está vinculado ao Consulado-Geral em Istambul, que cobre também Izmir, os dois outros maiores centros urbanos do país.
A busca por sobreviventes continua, mas é prejudicada pelas baixas temperaturas. No segundo dia após o terramoto, as temperaturas negativas, chuva e neve dificultam os esforços para resgatar milhares de pessoas que se estima estarem ainda debaixo de escombros.
Na Turquia a Defesa Civil já contabilizou 3.419 mortos. Na Síria, são 1.602 vítimas já confirmadas. A soma de mortos é de pelo menos 5.021 até a manhã desta terça-feira (7).