Terremoto na Turquia foi tão forte que houve ao menos outros 40 'mini tremores'

Mais de 1.600 pessoas morreram e outras 5 mil ficaram feridas

Terremoto atingiu a Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira (6) (Foto: Ismail Sen /Anadolu Agency via Getty Images)
Terremoto atingiu a Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira (6) (Foto: Ismail Sen /Anadolu Agency via Getty Images)

O terremoto de magnitude 7,8 graus que atingiu a Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira (6) foi tão forte que ao menos outros 40 tremores menores – chamados de réplicas – o sucederam.

Ao menos 1.600 pessoas morreram e mais de 5 mil ficaram feridas. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o terremoto é o pior desde o registrado na mesma região em 1939, responsável por vitimar mais de 30 mil pessoas.

O horário em que os tremores começaram – por volta das 4h17, no horário local – contribuiu para o aumento no número de vítimas, já que muitos ainda estavam dormindo. Milhares de pessoas continuam desaparecidas.

'Mini tremores'

É comum que grandes terremotos sejam seguidos por tremores secundários. Em 1939 esse fenômeno também aconteceu.

Além disso, o terremoto na Turquia foi raso, ou seja, o epicentro, ponto da superfície onde o terremoto é sentido pela primeira vez, foi a 10 quilômetros da superfície, uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo.

Quando isso acontece, é ainda mais provável a ocorrência de réplicas, diferentemente de quando o terremoto é mais profundo, com epicentros maiores que 30 quilômetros de profundidade.

Destruição. Depois do tremor de 7,8 graus na escala Richter, houve:

  • Um tremor de magnitude 6,7 graus, 11 minutos depois;

  • Um tremor de magnitude 7,5 graus, horas mais tarde.

Estes provocaram ainda mais destruições. Os três foram seguidos pelas mais de 40 réplicas.

Soma-se a isso o fato de que o abalo sísmico liberou energia equivalente a 32 petajoules, quantidade suficiente para abastecer a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, por mais de quatro dias.

A informação foi compartilhada ao jornal "The New York Times" por Januka Attanayake, sismólogo da Universidade de Melbourne, na Austrália.

Terremoto. A Turquia fica em uma das zonas de terremotos mais ativas do mundo, já que se localiza entre três enormes placas de rocha (placas tectônicas) que se atritam: a da Eurásia ao norte, a da África-Arábia ao sul, e a Placa da Anatólia.

No terremoto de hoje, o epicentro foi perto da cidade de Gaziantep, uma região no centro-sul bem perto da fronteira com a Síria e próxima ao encontro das placas.

Além do registrado em 1939, outros grandes abalos sísmicos afetaram o país:

  • Em 2020, de magnitude 6,7 que deixou 12 pessoas mortas e mais de 600 feridas;

  • Em 2011, de magnitude 7,2 que deixou 264 mortos e 1.300 feridos;

  • Em 2010, de magnitude 6 que deixou 51 pessoas mortas.

  • Em 1999, de magnitude 7,4 que deixou mais de 17 mil mortos e 30 mil feridos.