Terrorismo em Brasília: aliados contrariam Lula e defendem CPI para investigar atos
Presidente considerou que caso já está sendo propriamente investigado
Aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contrariaram o presidente e estão se manifestando a favor de uma CPI para investigar os atos de terrorismo ocorridos no último dia 8, em Brasília.
De acordo com informações do jornal O Globo, senadores de partidos que formaram aliança com o PT nas últimas eleições defendem a abertura de um inquérito próprio sob argumentação de que o prédio do Legislativo foi invadido e depredado, assim como a sede do Executivo e do Judiciário.
Argumentos dos aliados
Um dos principais aliados de Lula no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) foi um dos que se manifestaram a favor da abertura de uma CPI para apurar os episódios de violência.
"Defendo a CPI, defendo que esse modelo criado pelo parlamento norte-americano é o melhor. O presidente disse que é preciso todo mundo continuar vigilante. Claro que a maneira de continuarmos vigilantes é pela CPI", comentou.
Outro que se declarou favorável à CPI foi Omar Aziz (PSD-AM). "Os atos antidemocráticos compete a todos os Três Poderes combater isso. O Executivo tem sua forma, o Judiciário tem a dele e o Legislativo a única forma que tem é investigar."
As declarações de Lula, porém, teriam gerado impacto entre os petistas, que, uma semana após assinarem requerimentos para instauração do colegiado, agora se manifestam pregando cautela.
Lula se diz contrário a CPI
Lula revelou se contra a instauração da CPI em entrevista ao canal GloboNews. O petista disse que a iniciativa poderia criar "um tumulto" e que "não vai ajudar" a chegar aos responsáveis pelos atos.
"O que nós podemos investigar numa CPI que a gente não possa investigar aqui e agora? Nós estamos investigando, tem mil e trezentas pessoas presas. O que você pensa que a gente vai ganhar com uma CPI? Nós (governo) temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda, sabe? Nós não precisamos disso agora."
Lula ponderou que a decisão é do Congresso, mas que, caso seja consultado, recomendará a aliados que não apoiem a iniciativa.