Terrorismo no DF: quem é o vândalo que destruiu o relógio de Dom João VI
O vândalo foi flagrado por imagens do circuito interno do Planalto, vestido com uma camiseta preta estampada com o rosto de Jair Bolsonaro
O terrorismo no Distrito Federal que aconteceu no dia 8 de janeiro continua repercutindo, e um dos golpistas que destruiu o relógio trazido ao Brasil em 1808, por Dom João VI, foi identificado.
O criminoso, que aparece em imagens destruindo o relógio, segundo informações do programa Fantástico, da TV Globo, exibido no domingo (22), é Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos. Pelo menos até esta semana, ele morava na cidade de Catalão, a cerca de 260 km da capital de Goiás.
Antônio Cláudio foi flagrado por imagens do circuito interno do Palácio do Planalto. Ele vestia uma camiseta preta estampada com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e quebrou e jogou ao chão o relógio Balthazar Martinot.
O relógio, feito pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot, é considerado raro. Ele foi trazido ao Brasil em 1808, por Dom João VI. Existem apenas dois relógios de Martinot, incluindo o que estava no Planalto. O outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França.
O golpista retirou os ponteiros e uma estátua de Netuno, que era fixada à obra de arte. A gravação foi exibida no domingo dia 16 pelo Fantástico. Após destruir o relógio, o vândalo destruiu a câmera do circuito interno na tentativa de encobrir o crime.
A Polícia Civil de Goiás diz que chegou a levantar informações sobre Antônio Cláudio a partir de denúncias anônimas recebidas dois dias depois da exibição da reportagem no Fantástico.
O criminoso tem passagens pela polícia, mas os processos foram arquivados. Para identificar os golpistas, a Polícia Federal está usando programas de computador a partir das imagens das câmeras de segurança do Congresso Nacional, do STF - Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto, e também imagens postadas nas redes sociais pelos próprios bolsonaristas extremistas.
“Em um primeiro momento nós estamos fazendo a comparação da imagem que foi captada durante as manifestações com imagens das pessoas que nós temos em bancos de dados. A partir desses softwares que fazem o cruzamento, a gente faz um complemento pra identificar corretamente as pessoas”, afirma Ricardo Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção – PF.
De acordo com a Polícia Federal, o homem que atacou o quadro de Di Cavalcanti no Palácio do Planalto também foi identificado.