Time alagoano apoia a vacinação e tem projeto de ressocialização de ex-presidiários
O Desportivo Aliança, segundo colocado do Campeonato Alagoano, está chamando atenção. Promovido após a conquista da segunda divisão do estadual, o clube está à frente do CSA e empatado com o CRB no campeonato - os dois maiores de Alagoas têm duas partidas a menos. Fora de campo, o Aliança faz campanhas a favor da vacinação, do distanciamento social e também trabalha pela ressocialização de ex-presidiários.
“Nós acompanhamos os números de casos, mortos, tudo isso que está acontecendo em relação à Covid-19. Nós decidimos nos movimentar nesse combate à pandemia porque há uma necessidade de atingir mais pessoas. Precisamos do isolamento social e de vacinação. Os estudos comprovam isso. Nossa equipe toda trabalha em prol de produzir coisas interessantes para que a população de Alagoas e do país perceba que podemos vencer esse vírus”, contou o diretor de marketing do clube, Jean Nascimento.
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No último sábado (20), o clube lançou um vídeo com falas dos atletas, como um meio de dialogar com a população sobre os riscos da Covid-19 e as precauções necessárias nesse momento. Vale lembrar que Alagoas está na fase vermelha, com 86% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados.
A pausa do futebol, entretanto, não é uma prioridade do Governador Renan Filho (MDB), que defendeu que o esporte promove a testagem em massa dos seus atletas e, por isso, tende a ter mais segurança.
Em janeiro deste ano, porém, o Aliança foi um dos clubes cuja situação financeira poderia dificultar justamente essa testagem. O time lançou uma vaquinha virtual para custear os testes do elenco antes da disputa da Copa Alagoas, um torneio que precedeu o estadual e contou com clubes de menor expressão no estado.
Na época, os testes custavam R$ 2.100 e não seriam custeados pela Federação Alagoana de Futebol. Pouco tempo depois, o clube fechou uma parceria com um laboratório de Maceió para realizar a testagem.
As ações em prol da vacinação começaram desde ali. No último domingo (21), antes de entrar em campo contra o Murici, os jogadores do Aliança ergueram uma das mangas da camisa em alusão à vacinação.
Parceria com Universidade tenta dar chance a jovens infratores
Em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o Aliança também lançou um projeto para ajudar na ressocialização de menores infratores. A ideia do clube não era fazer peneiras dos jovens e escolher quem deles teria chance no time principal, mas sim uma forma de recolocá-los no convívio em sociedade, promovendo uma reintegração à vida normal.
“Esse projeto é uma joia do clube. É uma das coisas que fazem os nossos olhos brilharem. Ser uma ferramenta utilizada para ajudar esses menores é um dos nossos maiores objetivos enquanto clube. Essa parceria com a UFAL e o Governo de Alagoas é para servir de ponte para que esses jovens, que estão em estado de transição, venham compartilhar o dia a dia do nosso clube e, assim, sentirem-se uma parte útil da sociedade, ficando mais fácil a reintegração deles ao convívio geral”, disse o presidente do Aliança, Luciano Lessa.
Criado em 2012, o Aliança ainda está se adaptando ao cenário do futebol em Alagoas. O clube utiliza o complexo da Universidade Federal para fazer os seus treinamentos e também para mandar os jogos.
Campanha no Estadual empolga o clube
São nove pontos conquistados, com três vitórias e duas derrotas, além da segunda colocação no Campeonato Alagoano. O atacante Filipe André, de 28 anos, divide a artilharia da competição com Dellatorre, do CSA. Ambos têm três gols marcados.
“Estamos todos num momento bom. Começamos a competição muito bem. Nós treinamos muito todos os fundamentos e fui feliz em fazer o gol no domingo. Nosso objetivo é alcançar uma permanência, uma continuidade na competição, e até a disputa de competições nacionais. Que bom que estou conseguindo ajudar o time nisso”.