Tiro em atendente do McDonald's não foi acidental, diz amigo de atirador
Testemunha estava junto com o militar na hora do crime
Imagens também mostram agressão, invasão e perseguição
Funcionário do McDonald's perdeu um rim esquerdo após tiro
Carlos Felipe da Silva Brasil, amigo do sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque, que atirou em um atendente do McDonald's, afirmou que o disparo não foi acidental.
A testemunha estava com o militar na hora do crime e revelou, em depoimento nessa quarta-feira (11), o que as gravações de três câmeras já mostravam.
Apesar das imagens confirmarem a agressão, a invasão e a perseguição, a defesa do militar alegou que ele não teria tido a intenção de atirar no funcionário da lanchonete.
Carlos Felipe é o homem de casaco laranja que, nas imagens, aparece acompanhando Paulo César. Ele e a mulher estavam de carona com o sargento do Corpo de Bombeiros.
📌Jacarepaguá
👉Após discussão por desconto no cupom, atendente do Mc Donalds na Taquara e baleado por cliente. Vítima foi encaminhada para hospital, realizou cirurgia de emergência, perdeu um rim e passará por nova intervenção cirúrgica para recomposição do intestino. pic.twitter.com/ymF1MX3H6M— 📡 Informe Legal - RJ 📡 (@legal_rj) May 9, 2022
Atendente perde o rim após ser baleado
O funcionário do McDonald's Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, segue internado no Hospital Lourenço Jorge, no Rio de Janeiro. Apesar de perder o rim esquerdo, o estado de saúde dele é estável.
A tia dele, Marcela Costa, revelou ao portal G1 que a família temia pela segurança de Mateus por causa do horário de trabalho dele.
“A gente fez de tudo para que ele saísse de lá por causa do horário, por ser de madrugada. Mas ele preferiu continuar trabalhando, achou mais viável”, declarou.
Juíza nega prisão à bombeiro militar que atirou
Mesmo com as gravações e testemunhas, a juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz negou o pedido de prisão temporária do bombeiro Paulo César de Souza Albuquerque, solicitada pelo delegado Angelo José Lages Machado, da Polícia Civil.
"Compulsando os autos, constata-se que o investigado foi identificado por meio de vídeos que circulam nas redes sociais, e fotografias, também extraídas de redes sociais, não estando devidamente esclarecido no inquérito a origem de tais elementos probatórios, e a forma como foram obtidos", alegou a magistrada.
Já o Corpo de Bombeiros, suspendeu Paulo César de Souza Albuquerque e disse que ele vai responder pelos crimes na justiça comum.
"A suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar", declarou o coronel Leandro Monteiro.