Funcionários da Saúde de Niterói, do programa Médico de Família e das policlínicas, paralisaram por 24 horas parte dos serviços prestados para cobrar pagamentos atrasados. De acordo com a Associação dos Servidores da Saúde de Niterói (ASSN) a promessa da Secretaria de Saúde, feita em maio, de pagar os salários todo dia 10, não está sendo cumprida, e trabalhadores do setor não teriam recebido o mês de janeiro até agora. A prefeitura diz que trabalha para regularizar a situação.

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—Exigimos da prefeitura providências imediatas quanto ao pagamento dos salários dos trabalhadores. A situação é pior para aqueles que tiveram seus salários reduzidos sem nenhum aviso. A paralisação das policlínicas é o retrato do caos na Saúde de Niterói. Profissionais tratados com desrespeito, predomínio de relações de trabalho degradantes e precárias, condições de trabalho e salários aviltantes. O trabalhador não pode ficar sem o seu salário. O quadro é indigno para quem luta para levar o sustento de sua família — diz Cesar Braga Macedo, presidente da ASSN.

Sem querer se identificar, funcionários reclamam também de falta de insumos básicos para atendimento aos pacientes.

—Houve uma redução de 27% no salário de todos os RPAs da Saúde em Niterói, exceto os médicos, que tiveram aumento. E ainda estamos enfrentando dificuldades por conta da falta de insumos e condições de trabalho, com a sala vermelha e as enfermarias lotadas. Faltam fraldas, agulhas, seringas e medicamentos básicos como anti-inflamatórios e dipirona. A população precisa saber o que estamos passando — disse um enfermeiro que trabalha há 15 anos na rede municipal.

A Secretaria municipal de Saúde (SMS) afirma que realizou, na última sexta-feira (17), o pagamento dos profissionais contratados por RPA referente ao mês de janeiro de 2023. Diz que houve uma questão pontual que afetou uma pequena parte dos funcionários e está empenhada em solucionar o ocorrido. A pasta acrescenta que trabalha para regularizar a data de pagamento dos RPAs, fazendo com que todos os funcionários recebam sempre até o dia 10 de cada mês.

Ainda de acordo com a secretaria, as unidades estão abastecidas. Em relação a anti-inflamatórios, reconhece que no momento há falta de ibuprofeno, que já foi comprado e precisa ser entregue pelo fornecedor.