Em carta aberta, a Vinícola Aurora disse estar profundamente envergonhada com o episódio envolvendo a relação com a empresa Fênix, responsável pela contratação dos trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão na semana passada em Bento Gonçalves.

A empresa pediu desculpas aos trabalhadores vitimados pela situação. "Ninguém mais do que eles trazem, nos ombros curados pelo sol, o peso de uma prática intolerável. Repudiamos isso com todas as nossas forças".

A vinícola também estendeu o pedido de desculpas ao povo brasileiro, "não apenas como discurso, mas como um todo", disse, ressaltando que "já cometemos erros, mas temos o compromisso de não repetí-los".

"Garantimos que a atenção a um tema que nos é tão relevante será redobrada, práticas serão revistas, e todas as garantias para que um episódio indesculpável como esse não venha a se repetir serão tomadas. Temos um longo caminho pela frente, mas todo longo caminho começa com um primeiro passo, e ele é dado agora".

A carta, assinada pelo presidente Renê Tonello, e pelo diretor-superintendente, Hermínio Ficagna, afirma ainda que a vinícola está trabalhando em um programa que deve implementar mudanças nas dinâmicas da empresa, qualificando a relação com os parceiros para obter sobre os processos como um todo, "mas também práticas e políticas internas da empresa e quanto ao nosso papel enquanto agente econômico, social e cultural de destaque em nossa região e a responsabilidade que advém disso".

A empresa afirma ainda acreditar nos valores que deseja reafirmar para se tornar digna da confiança do país mais uma vez e que espera sair do outro lado como uma empresa melhor.

A carta finaliza afirmando que a vinícola não medirá esforços para "colaborar com a construção de um mundo em que o respeito, o orgulho e a realização façam parte da vida de cada trabalhador".